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    Expulso do PSL, Jordy mira no Patriota e PTB

    Publicado 13/01/2021 às 17:19 | Autor: Ezequiel Manhães
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    |  Foto: Deputado ficará 12 meses afastado das atividades parlamentares na Câmara dos Deputados. Foto: Rede Social
    Deputado ficará 12 meses afastado das atividades parlamentares na Câmara dos Deputados. Foto: Rede Social

    De Niterói, o deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ) declarou que nesta quarta-feira (13) recebeu a representação pela expulsão do Partido Social Liberal. O PSL Nacional confirmou ao Plantão Enfoco a informação da notificação, por parte do Conselho de Ética da legenda.

    A sigla aponta que o processo contra o deputado foi aberto por 'infidelidade partidária e não tem relação apenas com a questão das eleições municipais', conforme apontado por Jordy — que nas últimas eleições municipais, apoiou candidatos que disputavam contra o PSL, como fez com Allan Lyra (PTC), em Niterói; e Capitão Nelson (Avante), em São Gonçalo.

    De olho em 2022, o 'filhote de Bolsonaro', como é conhecido, já tem em mente dois partidos para migração, caso a criação do Aliança pelo Brasil, de Jair Bolsonaro (Sem partido), não se consolide a tempo: filiar-se ao Patriota ou ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

    A escolha do deputado vai depender do aval do presidente, liderança máxima do parlamentar. Na Câmara, Jordy recebeu suspensão de 12 meses por estar envolvido nas tratativas da criação do Aliança.

    "São partidos que o presidente tem se alinhado [Patriotas e PTB]. Mas eu dependo de tudo do presidente. Não ficando pronto o Aliança, e ele [Bolsonaro] falar que vai para o Patriota, eu vou. Se ele falar que vai para o PTB, eu vou"

    Apesar disso, a expectativa de Carlos Jordy ainda gira em torno da criação do Aliança pelo Brasil. O deputado acusa o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de criar barreiras e possíveis dificuldades para a criação da legenda, envolvendo processo de validação de assinaturas, por exemplo.

    Fora do jogo

    Na semana passada, interlocutores de Brasília também relacionaram a suspensão de 17 deputados bolsonaristas do PSL na Câmara dos Deputados, sendo estes apoiadores do nome de Arthur Lira (PP-AL) na eleição para a presidência da Câmara, no próximo dia 1º de fevereiro. Jordy, obviamente, integra a lista composta pelos demais nomes:

    • Aline Sleutjes (PR), Bibo Nunes (RS), Ubiratan Sanderson (RS), Márcio Labre (RJ), Filipe Barros (PR), Daniel Silveira (RJ), Vitor Hugo (GO), Caroline de Toni (SC), Hélio Lopes (RJ), Cabo Júnior Amaral (MG), General Girão (RN), Eduardo Bolsonaro (SP), Bia Kicis (DF), Alê Silva (MG), Carla Zambelli (SP) e Chris Tonietto (RJ).

    À reportagem, o PSL Nacional adiantou na última sexta (8) que os 17 deputados não estavam suspensos por apoiarem a candidatura do deputado Arthur Lira. Em nota, o partido afirma que 'eles foram suspensos em março do ano passado por terem iniciado as articulações para a criação do partido Aliança pelo Brasil'.

    Os deputados suspensos encaminharam ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também na semana passada, uma carta informando a criação de um bloco com 32 parlamentares que apoiariam a candidatura de Lira, que, lembrando, tem apoio de Bolsonaro.

    O deputado Baleia Rossi (MDB-SP) anunciou oficialmente no final de dezembro sua candidatura à presidência do Legislativo. A candidatura, inclusive, tem apoio de Maia e de um bloco de 11 partidos já anunciados. Integram esse bloco para disputa da Mesa Diretora os seguintes partidos: PT, DEM, PDT, PSB, MDB, Cidadania, Rede, PV, PCdoB, PSDB e PSL. Ao todo, 269 deputados compõem o grupo, de acordo com a Câmara.

    Luciano Bivar, presidente nacional do PSL, declarou que a lista apresentada pelo major Vitor Hugo (GO) de apoio à candidatura de Artur Lira (PP) carece de legalidade e fundamento regimental.

    "Essa ação, portanto, não tem nenhum sentido legal. A intenção é, apenas, conturbar o cenário político. O PSL está fechado com o bloco que sustenta a candidatura do deputado Baleia Rossi (MDB) à presidência da Câmara e assim permanecerá até o fim", disse em nota.

    Jordy se defende e ataca, ao que tudo indica, a agora ex-sigla, de alegar motivos divergentes para a conturbada saída. Uma vez suspenso, o parlamentar acabou perdendo, dentre outras atividades, voz partidária. A Câmara ainda não se manifestou sobre os desdobramentos desta quarta.

    "Essa expulsão deles, na verdade, está sendo feita por um motivo, mas eles alegam outros. Todo mundo sabe que o PSL rompeu com o presidente. Aliás, o presidente rompeu com o PSL lá atrás e começou a formalizar a formação da Aliança pelo Brasil. Eu fui um dos que seguiu o presidente e o PSL ficou tomado na chefia, na direção, na presidência, por ratos [...] por pessoas que traíram o presidente. Desde então, a gente tem feito tudo para que o partido possa se transformar, voltar a ser o que era nas eleições de 2018, mas não tem surtido efeito. A gente tem batido no partido. Para eles não nos expulsar, porque eles acham que se expulsam, vão estar nos dando um presente, eles nos suspenderam por 12 meses", diz.

    A eleição para definir o comando da Câmara no biênio 2021/2022 ocorrerá no começo de fevereiro. Na ocasião, também serão escolhidos os demais ocupantes da Mesa Diretora: dois vice-presidentes, quatro secretários e os respectivos suplentes. Lira foi o primeiro a lançar candidatura.

    Arthur Lira presidiu a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) em 2015 e a Comissão Mista de Orçamento (CMO) em 2016.

    Empresário, agropecuarista e bacharel em Direito, Lira tem 51 anos e está no terceiro mandato de deputado federal. Antes, foi vereador em Maceió e deputado estadual em Alagoas. Filiado ao PP desde 2009, foi líder da legenda na Câmara em 2012 e 2013.

    Já Baleia Rossi foi eleito deputado federal pela primeira vez em outubro de 2014. Já foi deputado estadual por três mandatos. É líder do MDB desde 2016 e também já foi titular das comissões de Constituição e Justiça e de Cidadania; e de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados.

    É autor de 45 projetos de lei e de 6 propostas de emenda à Constituição (PECs). Entre elas está a reforma tributária (PEC 45/19), que acaba com três tributos federais (IPI, PIS e Cofins) e extingue o ICMS, que é estadual, e o ISS, municipal. No lugar, é criado o IBS - Imposto sobre Operações com Bens e Serviços, de competência de municípios, estados e União, além de um outro imposto, sobre bens e serviços específicos, esse de competência apenas federal.

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