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    Ex-secretário de Saúde Fernando Ferry volta a ser ouvido pela Alerj

    Publicado 24/06/2020 às 22:13 | Autor: Plantão Enfoco
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    Relator da Comissão, o deputado Renan Ferreirinha (PSB) disse que Ferry não tomou medidas assertivas de combate ao coronavírus durante o mês em que esteve no cargo. Foto: Reprodução/Internet

    A Comissão Especial de Fiscalização dos Gastos na Saúde Pública Durante o Combate do Coronavírus e a Comissão de Saúde, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), vão realizar audiência conjunta remota nesta quinta-feira (25), às 10 horas. A reunião dará continuidade à oitiva do ex-secretário de Estado de Saúde, Dr. Fernando Ferry, e será transmitida pela TV Alerj e pelo canal no Youtube da Casa.

    "No primeiro depoimento não foi possível esclarecer todas as dúvidas com o ex- secretário Ferry. Precisamos, por exemplo, detalhar o pagamento de contratos firmados pela secretaria de saúde na gestão dele", explicou a presidente do grupo, deputada Martha Rocha (PDT).

    Relator da Comissão, o deputado Renan Ferreirinha (PSB) pontuou que Ferry é o segundo secretário de Saúde que sai da pasta durante a pandemia. Segundo o parlamentar, Ferry não tomou medidas assertivas de combate ao coronavírus durante o mês em que esteve no cargo.

    “Na última quinta, Ferry foi ouvido pela Comissão Especial da Covid e ele respondeu de forma muito evasiva, especialmente a respeito de critérios de transparência e da conclusão dos hospitais de campanha. Desta vez, espero que o ex-secretário explique o motivo de sua saída e a nota técnica interna da secretaria recomendando a não abertura dos cinco hospitais de campanha que ainda não foram entregues. E se aconteceu, como ele temia, algum tipo de interferência política”, declarou Ferreirinha.

    Edmar Santos não comparece à oitiva

    O também ex-secretário de Estado de Saúde Edmar Santos não compareceu à oitiva da Comissão Especial de Fiscalização dos Gastos na Saúde Pública Durante o Combate do Coronavírus, da Alerj, agendada para esta quarta (24), em conjunto com a Comissão de Saúde.

    Segundo a presidente do grupo, deputada Martha Rocha (PDT), foi enviado um ofício à Secretaria de Estado de Polícia Militar, da qual ele é servidor, solicitando a autorização para que prestasse esclarecimentos na reunião. Ainda assim Edmar não compareceu.

    “Vamos oficiar mais uma vez a Polícia Militar e a procuradoria da Casa para garantir a oitiva do ex-secretário. É lamentável que ele não tenha comparecido a esta reunião para que pudesse fazer os esclarecimentos necessários. Não entendo por que uma pessoa cuja gestão tenha tantas dúvidas não queira se antecipar para prestar esclarecimentos. O compromisso de comparecer a esta reunião deveria ser dele, antes de tudo”, afirmou Martha Rocha .

    Durante a reunião, Bernardo Braga, advogado do ex-secretário Edmar Santos, enviou um ofício para a comissão informando que ele não compareceu por já estar sendo investigado pela Justiça.

    “O peticionário foi convocado pela comissão a participar dessa reunião a respeito das contratações emergenciais realizadas pelo coronavírus. No entanto, ele está sendo investigado pela justiça e, por isso, preserva o direito de prestar esclarecimentos apenas ao Tribunal de Justiça”, informou via ofício.

    Após ler a declaração aos deputados das comissões, Martha Rocha, disse que Edmar ainda precisa prestar esclarecimentos ao Parlamento. “Vamos falar com a procuradoria da Casa, pois uma medida não anula a outra”, argumentou a parlamentar.

    Manifestação dos deputados

    Em seguida, o relator da comissão, deputado Renan Ferreirinha (PSB), também reclamou do descaso do ex-secretário com o Parlamento.

    “Edmar era o responsável pelo projeto dos hospitais de campanha, que, ao que tudo indica, serão grandes elefantes brancos erguidos com dinheiro público. Tínhamos que questionar sobre isso e entender por que o Iabas recebeu milhões dos cofres públicos e não entregou um hospital completo. Além disso, o sucessor dele, Fernando Ferry, disse que ‘herdou lama’ da gestão de Edmar e encontrou, na secretaria, um descalabro administrativo. Tudo isso tem que ser respondido para a sociedade fluminense”, justificou Ferreirinha.

    Já a deputada Enfermeira Rejane (PCdoB) afirmou suspeitar que a Secretaria de Estado de Saúde (SES) é o foco da corrupção no governo Witzel e o não comparecimento de Edmar reforça essa hipótese.

    “É mais do que lamentável chegarmos nessa situação. Esse descaso mostra claramente que tem mais coisa envolvida nessa gestão e que o secretário está envolvido nesses escândalos de corrupção. Isso nos leva a ter várias concepções desse silêncio”, considerou a parlamentar.

    Para o deputado Flávio Serafini ( PSol), pode ser necessária a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso.

    “Ele é uma figura central nesta investigação e precisamos de respostas que não podemos ficar sem. O não comparecimento de Edmar reforça, cada vez mais, a necessidade de caminharmos para uma CPI, na qual poderemos convocar, por força maior, a presença dele nesta Casa”, explicou Serafini.

    O parlamentar ainda destacou que a saída do ex-secretário Fernando Ferry, na segunda-feira passada, como indício de que os esquemas ainda ocorreriam na secretaria. Ferry ficou à frente da pasta por um mês, logo após a exoneração de Edmar.

    Também compareceram à reunião e manifestaram indignação com a falta do ex-secretário os deputados Dionísio Lins (PP), Mônica Francisco (PSol), Alexandre Knoploch (PSL), Dr. Deodalto (DEM), Marcelo Cabeleireiro (DC), Pedro Ricardo (PSL) e Jorge Felippe Neto (PSD).

    Entenda o caso

    Edmar Santos é investigado por suspeitas de desvios na construção de hospitais de campanha e na compra de respiradores para equipar as unidades de saúde do estado. Exonerado, em meados de maio, do cargo de secretário estadual de Saúde, Edmar Santos perdeu o foro privilegiado.

    Depois da exoneração, ele foi nomeado secretário extraordinário de Acompanhamento da Covid-19, sendo responsável por gerir o conselho de notáveis, formado por especialistas e professores universitários e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para discutir as ações de combate à pandemia no estado. Ele pediu exoneração, no fim do mês passado, após a Justiça suspender a nomeação para o novo cargo.

    Publicada às 22h13

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