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Evento de Lula no Rio é marcado por 'climão' envolvendo o Senado
Ex-presidente reuniu multidáo na Cinelândia
O pré-candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou o ato político “Vamos Juntos Pelo Brasil” na noite desta quinta-feira (7) na Cinelândia, no Centro do Rio, em meio a indecisões e polêmicas entre aliados. Lula chegou por volta das 19h15 e agitou a multidão.
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Antes do evento começar, um impasse sobre a indicação para o Senado incomodava representantes de esquerda que estão unidos com Lula. Inclusive, o ato político desta quinta-feira (7) podia até ter sido cancelado.
Como Lula já oficializou apoio para Marcelo Freixo (PSB) ao Governo do Estado, o PT gostaria que a coligação apoiasse André Ceciliano (PT) para o Senado pelo Rio. No entanto, o presidente do PSB no estado, Alessandro Molon, também é pré-candidato e conta com o apoio do líder nacional do partido, Carlos Siqueira.
O PSB entende que apoiou o PT em nível nacional, com a chapa entre Lula e Alckmin, e espera concessões do partido petista em estados, incluindo no Rio. Nos bastidores, Molon é visto como uma pessoa que sempre foi contrária ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao governador Cláudio Castro (PL), diferentemente de Ceciliano. Já o presidente da Alerj pode aumentar o apoio de Freixo em cidades da Baixada Fluminense.
Esse debate gerou incômodo em Marcelo Freixo, companheiro de partido de Molon. O pré-candidato ao Governo do Estado pediu que o deputado federal abdicasse do Senado, informando que havia um acordo entre os dois para o feito, caso o PT apoiasse Freixo como governador. Contudo, Molon nega qualquer informação sobre acordo para isso.
Na véspera, em evento na quadra da Unidos da Tijuca, Molon afirmou que não irá abrir mão de sua candidatura. O deputado federal não pretende ceder o lugar no Senado em apoio a André Ceciliano porque entende que está mais perto de derrotar Romário (PL), que é candidato Bolsonaro para o cargo.
No ato desta quinta-feira, representantes de instituições ligadas à esquerda, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), União Brasileira das Mulheres e União da Juventude Socialista, discursaram e mostraram apoio a Ceciliano para o Senado. No momento do discurso, um drone projetou a imagem de Molon junto com Lula e Freixo.
Em sua fala, Molon voltou a informar, em meio a vaias e aplausos, que não irá abrir mão de sua candidatura. O deputado federal também criticou Romário (PL), seu rival nas pesquisas.
O Rio tem a lástima de ter três senadores bolsonaristas representando o nosso estado. Nós precisamos mudar essa história. Precisamos tirar do senado o Romário. Quando era jogador, jogava parado e fazia gol. No senado, jogar parado é ser omisso. Onde estava Romário na CPI da Covid? Nós não podemos cometer os mesmos erros do passado. Vamos na vitória pela luta ao senado
Contudo, Lula, quando entrou, recepcionou o público de mãos dadas com André Ceciliano, Freixo e Alckmin. A composição no palco favoreceu o presidente da Alerj. Em seu discurso, Ceciliano valorizou a pré-candidatura ao Senado e se definiu como um "soldado", que não abandona o posto.
"Eu não estou aqui para falar do passado, mas do futuro. Eu quero dizer para o senhor [Lula] que quero ser o seu senador em Brasília. Você vai poder contar com um senador que não vai abandonar o que muitos fizeram. Eu quero ser o senador do Rio de Janeiro. Eu serei um soldado do seu lado", discursou.
O pré-candidato Lula preferiu não apontar nomes para o Senado no evento, mas posou para fotos com o presidente da Alerj
Em seu discurso, o ex-presidente da República evidenciou a necessidade de eleição de candidatos ligados à esquerda, tanto para a Câmara de Deputados quanto para o Senado.
"Eu queria acabar com uma dúvida que há muito tempo aqui no Rio. Quando se trata de política, a gente tem que escolher com quem a gente quer estar e quem apoiar. Aqui no Rio eu tenho candidato a governador chamado Marcelo Freixo. Eu não tenho nada contra ninguém. Quem quer ser candidato pode ser. Mas é importante votar no Freixo para a gente ganhar no Rio de Janeiro'', pediu.
Quando a gente for eleito, a gente precisa ter gente para ajudar a gente lá. Vocês precisam ter em conta que não basta eleger presidente e eleger deputado de direita fascista
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