Eleições
Entenda a polêmica envolvendo Bolsonaro e a maçonaria
Vídeo antigo mostra o presidente em uma loja maçon
A corrida eleitoral para o segundo turno começou nesta semana com uma polêmica envolvendo a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL) e a maçonaria. Um vídeo propagado nas redes sociais nesta terça-feira (4) mostra o candidato à reeleição discursando para diferentes maçons.
O material é anterior à primeira candidatura de Bolsonaro em 2018, quando o político ainda era deputado federal. Na gravação, ele alega não ser "candidato a nada" e critica presidentes passados e o Poder Legislativo.
"Nos últimos 30 anos, lamentavelmente, o Poder Executivo e o Legislativo aperfeiçoaram-se em criar problemas para vender facilidades. Não precisa entrar em detalhes", contou.
Acontece que, a maçonaria poderia ser vista como um problema pela campanha do presidente porque o grupo já foi criticado por influentes líderes evangélicos como Silas Malafaia e André Valadão, apoiador de Bolsonaro. Justamente por isso, as imagens estão sendo propagadas por opositores com o objetivo de diminuir o apoio ao candidato à reeleição.
A Igreja Católica condena a ligação dos católicos com os maçons. Isso acontece desde 1884, data de uma carta do Papa Leão XIII, disponível no site do Vaticano, dizendo que "a seita da maçonaria mostra-se insolente e orgulhosa de seu sucesso, e parece que ela não colocará limites à sua pertinácia."
Segundo este documento, "seus seguidores, ajuntados por perversos acordos e por conselhos secretos, ajudam-se uns aos outros, e excitam-se uns aos outros a uma audácia nas coisas malignas". Bolsonaro se considera católico.
Mas afinal, o que é maçonaria?
Segundo a Grande Oriente do Brasil (GOB), a associação de lojas maçônicas mais antiga do país, a maçonaria não é uma religião e sim uma "instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista" que preza a união entre os homens.
A GOB afirma que a maçonaria não se trata de uma sociedade secreta porque a razão da sua existência é amplamente conhecida, sendo difundida em dicionários, enciclopédias e livros de história.
"O único segredo que existe e não se conhece senão por meio do ingresso na instituição, são os meios para se reconhecer os maçons entre si, em qualquer parte do mundo e o modo de interpretar seus símbolos e os ensinamentos neles contidos", explica o órgão.
A Grande Loja Maçônica do Rio também vê a instituição como uma organização fraternal, que pratica a caridade e a busca da verdade.
O que é o Baphomet?
A palavra Baphomet foi muito ligada ao presidente Jair Bolsonaro (PL) nessa polêmica envolvendo a maçonaria. Isso porque a imagem do ser foi ligada a uma foto do político em uma loja de maçonaria. O fato já foi provado que é montagem, mas mesmo assim incomodou uma parte dos católicos que apoiam o candidato à reeleição.
O Baphomet, para as religiões cristãs, é classificado como uma representação do demônio, por ser associado a magia, alquimia, bruxaria e satanismo. Na história, a criatura surgiu como um símbolo pagão em relatos do julgamento da inquisição dos Cavaleiros Templários no século XIV.
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