Política
Deputados prestam queixa-crime contra Witzel na PF
Sem conseguir aprovar o envio da denúncia de espionagem à Polícia Federal (PF) pelos caminhos institucionais, a bancada bolsonarista da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) segue dedicada a envolver a esfera federal na polêmica.
Após a abertura de um pedido de impeachment, os bolsonaristas protocolaram uma queixa-crime questionando grampos e dossiês contra parlamentares no Ministério da Justiça nesta quinta-feira (20).
O documento da bancada foi entregue pessoalmente por Anderson Moraes - atual PSL, de saída para a Aliança pelo Brasil de Bolsonaro - na pasta de Sérgio Moro, que agrega a Polícia Federal (PF). No entanto, o parlamentar não foi recebido pelo ministro, que alegou agenda lotada.
O deputado também buscou a sede da Procuradoria Geral da República, sob o titular Augusto Aras, para pedir abertura de investigação.
Arapongagem
A queixa-crime cita declarações do presidente André Ceciliano (PT) nas quais diz ter ouvido do secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão, que existem dossiês contra os 70 deputados.
"Temos diversas denúncias de que o poder Executivo inclui o telefone de alguns deputados em investigações que nada tem a ver com o parlamentar", afirmou Anderson Moraes, ausente na última sessão antes do recesso de Carnaval para despachar pelos bolsonaristas em Brasília.
O ofício questiona, ainda, suposta interferência de Witzel na investigação do homicídio da vereadora do Rio Marielle Franco (Psol).
O documento é assinado pelos bolsonaristas Dr. Serginho, coronel Salema, Alana Passos, Márcio Gualberto, Filippe Poubel, Renato Zaca e o próprio Anderson Moraes. Mesmo grupo que pressiona Ceciliano para o andamento do pedido de impeachment.
O grupo tentou enviar o ofício à PF e MPF, através da Comissão de Segurança Pública, mas não obteve apoio. Presidida pelo delegado Carlos Augusto (PSD), a Comissão optou por convocar o secretário Tristão para depor na Alerj e pediu investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
O governo estadual foi procurado sobre as denúncias, mas não se pronunciou. O regimento da Alerj não prevê prazo para pedidos de cassação de mandato.
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