Política
Ceotto oficializa candidatura para vice-prefeito de Niterói
O empresário Alexandre Ceotto (Republicanos), foi oficializado como candidato a vice-prefeito na chapa do delegado federal Deuler da Rocha (PSL) na disputa pelo cargo de executivo da Prefeitura de Niterói. A convenção da legenda aconteceu na manhã deste sábado (12), no auditório da Câmara Municipal de Niterói.
A decisão da união entre os dois partidos já tinha sido sacramentada na última quinta-feira (10). Na ocasião, Ceotto afirmou que "uma cidade sem oposição é uma cidade sem democracia". Neste sábado, ele voltou a falar sobre a junção das frentes de direita.
"Eu sou um cara nascido e criado na cidade. Sou experimentado, tenho 45 anos, trabalho desde os 16 e sei exatamente o que é ser representado pela incompetência dos que estão do lado de lá. Então eu venho para fazer diferente, venho para colocar justamente o olhar do empreendedor e das pessoas que estão do lado de cá e já hoje não conseguem se sentir representados. A gente veio porque a alternância é extremamente saudável para o processo democrático", disse.
A Casa recebeu, além de Ceotto, outros 28 candidatos ao cargo de vereador pelo Republicanos que irão integrar a disputa eleitoral desse ano. A lista ainda não está completa.
"Nós não estamos entrando em um parque de diversões. A partir de hoje [12], os vereadores estão recebendo a legenda e vão enfrentar grandes leões ai fora, pessoas que dispõem de um poder aquisitivo forte, que dispõem de ações covardes, que usam de tudo quanto é tipo de estratégia para poder se sobressair ainda que tenham que passar por cima de alguém", afirmou o vice presidente do Republicanos, Vicenildo Medeiros.
Coligação Força, Honra e Fé
O deputado federal Carlos Jordy (PSL) declarou recentemente ser o nome mais forte do PSL na cidade. O parlamentar garantiu ainda que a decisão será dele e que trata direto com a cúpula nacional do partido.
Deuler explicou que "essa é a maior prova de que é muito difícil falar de si mesmo sem fazer uma análise mais profunda dos problemas da cidade".
Já Ceotto explicou que não iria falar a respeito do assunto e explicou que o contato dele com o PSL é com Deuler e o deputado Felício Laterça.
"Vamos seguir o trabalho respeitando essa hierarquia que me foi apresentada. Eu não vejo como uma desistência (a possível vinda como prefeito), mas como uma união de forças. Nós vamos ter dois candidatos rodando toda a cidade e buscando o maior número de pessoas. O nosso grande desafio é ficar conhecido. Com duas frentes, a gente tem possibilidade de crescer ainda mais o projeto", declarou.
O vice presidente do Republicanos também comentou sobre a coligação Força, Honra e Fé entre os dois partidos.
"O doutor Deuler é muito bem vindo, e eu sei que é uma pessoa de índole, séria, que tem bons pensamentos. Ele conduziu de uma maneira sensata esse processo. Tivemos divergências, mas faz parte do processo. Essa união vai nos levar à vitória. O Ceotto é um cara lutador na vida e nas artes marciais, que é humano, sofre, explode e tem muitas qualidades, uma delas é saber conduzir, no meio dessa confusão toda, esse processo do republicanos", comentou Vicenildo.
Trajetória
É a segunda vez que Ceotto, agora presidente da Executiva do Republicanos em Niterói, tenta disputar um cargo eletivo.
Há dois anos ele buscava ocupar uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio, como deputado estadual pelo Partido Social Democrático (PSD), mesmo do senador carioca Arolde de Oliveira, por quem tem admiração, devido ao alinhamento com a direita e o flerte com o presidente Jair Bolsonaro, à época filiado ao Partido Social Liberal (PSL). Durante as eleições 2018, Alexandre teve pouco mais de 3 mil votos e não conseguiu se eleger.
"O Arolde era um cara que eu gostava. Também tinha alinhamento da direita com Bolsonaro […] fui levado pelo PSD, não entendia nada de partido. Talvez se eu tivesse vindo pelo PSL teria entrado, mas um amigo que se dizia entendedor de política me levou e não logrei êxito. Foi a minha primeira candidatura, também estava sem dinheiro", explicou Ceotto.
A principal aposta do Republicanos em Niterói tem 45 anos, já foi subsecretário de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Relações Internacionais, ainda no governo Witzel: durou oito meses na pasta, isso no ano passado. Saiu por discordar de práticas que vinham sendo feitas na gestão de Lucas Tristão.
Ceotto tinha aceitado o cargo visando se mostrar enquanto gestor público 'para se destacar' e realizar a candidatura para prefeito em Niterói, mas acabou sendo alvo de uma exoneração 'negociável'.
"O meu intuito sempre foi fazer um bom trabalho. Quando comecei tinham 168 pessoas no meu escopo, dentro do Palácio. Eu cortei para 58 pessoas. Fiz o que sempre falo no discurso - enxugamento de máquina pública - implantando essa metodologias. Com o passar do tempo, eu comecei a discordar de algumas práticas e o secretário me chamou e disse que a gente estava ficando desalinhado. Eu disse que se ele achasse melhor poderia me mandar embora. Se um cara acha que eu estou desalinhado por não concordar com práticas. Eu sou certinho e só sei ganhar dinheiro trabalhando. Sempre fui da iniciativa privada e a gente tem que dar resultado", contou.
Como parte das mudanças necessárias, recentemente a sigla Republicanos lançou um manifesto político em Niterói no qual se posiciona como 'partido conservador, fundamentado nos valores cristãos, tendo a família como alicerce da sociedade, preservando a soberania nacional, a livre iniciativa e a liberdade econômica, encorajando o progresso tecnológico como caminho inevitável para o desenvolvimento humano'. Vicenildo Medeiros que vinha liderando o partido em Niterói, desde o final do ano passado, ocupa o cargo de vice nessa nova fase.
Alexandre Ceotto é pós-graduado em administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), com MBA (Master of Business Administration) em administração esportiva. Sempre trabalhou no setor privado, atuando em diversos ramos como construção civil, alimentação, vestuário, dentre outros.
Colaborou: Ezequiel Manhães
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