Polêmica
Capitão Nelson se explica após xingar prefeitos de Maricá e Niterói
Ataque gerou repercussão nas redes sociais
Capitão Nelson (PL), prefeito de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, explicou em vídeo, nesta terça-feira (18), que o xingamento feito por ele, em comício eleitoral, não se referia aos cidadãos de Niterói e Maricá.
Ao lado do candidato à reeleição pela Presidência Jair Bolsonaro (PL), o chefe do Executivo gonçalense insultou as gestões municipais dos municípios vizinhos de "filhos da p*ta".
Ele mencionava a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de suspender a distribuição dos royalties aos municípios de São Gonçalo, Magé e Guapimirim, após reclamação da cidade de Niterói.
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"Quero deixar claro que, na minha fala sobre os royalties, me referi aos governantes das cidades de Niterói e Maricá e não a população. E não é novidade para ninguém que esses grupos políticos que dominam essas cidades há anos vêm prejudicando São Gonçalo, levando os recursos que são nossos por direito. Direito esse já reconhecido pela Justiça. Isso sim é uma grande covardia! A minha revolta é com esses grupos políticos", descreveu o prefeito de São Gonçalo.
Ao tomar ciência do fato, o prefeito de Niterói, Axel Grael (PDT), definiu o episódio como "lamentável".
"Não vamos tolerar que o desequilíbrio emocional de alguns afete a boa relação histórica entre a população de cidades-irmãs como Niterói, São Gonçalo e Maricá", frisou.
Já o prefeito de Maricá, Fabiano Horta (PT), publicou uma carta aberta relembrando as ações feitas na cidade na atual gestão.
"Tenho certeza que somos inspiração para gestões públicas em todo o Brasil e a prova disso é o reconhecimento que sempre tenho de cada um de vocês nas ruas", disse em trecho.
O ataque ocorreu em palanque eleitoral, feito pelo Partido Liberal, para receber o presidente Jair Bolsonaro, que estava ao lado do Capitão Nelson e não esboçou reação, enquanto a plateia foi ao delírio. Vídeo do momento foi amplamente divulgado nas redes sociais.
Relembre
A decisão do STJ de suspender a distribuição dos royalties aos municípios de São Gonçalo, Magé e Guapimirim foi da ministra Maria Thereza de Assis Moura, no último dia 12 de setembro. Houve cabimento de recurso.
Isso ocorreu após um Recurso de Apelação feito pelo município de Niterói, que alegou ter sido prejudicado de diferentes formas com a medida de divisão do montante bilionário. São Gonçalo passaria a receber mais de R$ 1 bilhão por ano.
Em documento, o município de Niterói relatou ao STJ que com a mudança na distribuição dos royalties, "já em 2022, as perdas chegariam a, aproximadamente, R$ 1 bilhão, o que corresponderia a quase um quarto do orçamento do município para o corrente exercício, fixado em R$ 4,3 bilhões".
Em junho deste ano, São Gonçalo recebeu R$ 3 milhões em repasses, quando deveria fazer jus a cerca de R$ 40 milhões/mês, segundo a Prefeitura, que afirmou também não receber a participação especial trimestral, de cerca de R$ 200 milhões.
Ao longo de todo o ano de 2021, o município recebeu pouco mais de R$ 31 milhões. No mesmo período, as cidades vizinhas Maricá e Niterói, por exemplo, foram contempladas com mais de R$ 2 bilhões cada.
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