Declarações
Viúva de Moisés da Vila publica cartas: 'Inveja da mulher'
Ele foi assassinado a tiros no último dia 25 na Barra
Mais de uma semana após o assassinato do ex-presidente da Unidos de Vila Isabel, Wilson Vieira Alves, conhecido como Moisés, a viúva, Shayene Cesário, resolveu compartilhar, nas redes sociais, algumas cartas escritas pelo marido. Os dois estavam casados há sete anos.
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Em uma das cartas, Wilson falou sobre não ser dedo-duro. “Declaro para todos os fins, não sou dedo duro: caguetação é coisa de pilantra. Quem me traiu, quem está me sacaneando, quem me sacaneou, sabe o que fez, e porque fez. Interesses financeiros, não. Foi inveja, bronca. Eu fiz o correto pelo coração. Bronca é arma de otário. Inveja da idade e da mulher. Não pode. É isso! Wilson Moisés”. A carta está datada em 30 de junho de 2015.
Em uma das cartas, Wilson falou sobre não ser dedo-duro. “Declaro para todos os fins, não sou dedo duro: caguetação é coisa de pilantra. Quem me traiu, quem está me sacaneando, quem me sacaneou, sabe o que fez, e porque fez. Interesses financeiros, não. Foi inveja, bronca
Declarações de amor
Shayene compartilhou mais uma carta do marido nas redes sociais. Nesta, ele faz declarações para ela em um relato de nove páginas. Wilson começa contando como foi conhecer Shayene. Ele disse que os dois se conheceram sem querer.
"O início foi aquela alegria, cumplicidade e uma intensidade forte no tesão. (...) Me contorcia para impedir o crescimento da saudade, quando eu estava poucas horas longe. Não queria acreditar que começava verdadeiramente por ti me apaixonar. Aí veio o que eu desejava ao longo da minha vida "o amor"", escreveu ele na carta que tem como título 'Sei que é amor'. Eles ficaram juntos após a participação de Shayene no reality 'A Fazenda', em 2012.
Ele falou também do amor e carinho que ambos tinham e comentou sobre o apelido do casal SMS que, segundo ele, significa Só Moisés e Shayene. Ele ainda falou das dúvidas que tinham quanto ao relacionamento deles e do medo, mas disse que se viu apaixonado e se entregou.
Em seguida, Moisés mencionou a chegada da filha deles, que, segundo ele, foi planejada por ambos.
"E todo aquele amor foi transformado em um ser saudável, sorridente, maravilhosa. O que eu queria mais da vida? Nada, só vocês. Acertei, errei, pensei. Os dias e meses passavam e minha cabeça só tinha vocês. Os problemas aumentaram, brigávamos, separávamos, voltávamos e ela estava ali, assistindo, rindo, toda essa confusão. Sempre rindo, poucas vezes chorando, porém, com reações de entender que alguma coisa não estava bem", escreveu ele.
Depois, ele disse que os dois sofreram decepções na relação, mas que nunca houve traição e que muita inveja pesou contra eles. Ele ainda afirmou que o amor deles é forte e que ele brigaria "até a minha respiração final para tê-la junto a mim em nossa casa com nova filha. PROMETO!". A carta é datada de 15 de março de 2014.
Em seguida, ela publicou vídeos dos dois se divertindo juntos e com a filha.
Assassinato
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) está investigando os responsáveis pela morte do ex-presidente da Unidos de Vila Isabel, Wilson Vieira Alves. Ele foi baleado na cabeça por dois homens que estavam em uma moto na noite do último dia 25. O caso ocorreu em um posto de combustíveis na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Ele estava acompanhado da esposa Shayene Cesário e da filha do casal, de 9 anos e foi morto na frente delas. Wilson seguia para a quadra da Portela, em Madureira, onde sua esposa é musa. No local, ocorria a eliminatória do samba-enredo.
Segundo informações da Polícia Militar, policiais do 31° BPM (Barra da Tijuca) foram acionados para o caso, mas a vítima já estava morta quando eles chegaram. O local foi isolado para o trabalho da perícia.
Os bombeiros também estiveram no caso. O quartel do Recreio informou que foi chamado por volta das 18h42. Lá, eles encontraram Wilson, de 61 anos, já morto. Nenhuma outra vítima foi registrada.
A polícia acredita em três hipóteses para a morte de Moisés: rompimento com a milícia, disputa por pontos de jogos de azar e crime passional.
Acusações contra ele
Wilson, que era um militar reformado, foi preso pela Polícia Federal em abril de 2010, em sua casa em Copacabana, na Zona Sul do Rio, após ser acusado de envolvimento na máfia do caça-níqueis, com atuação na região de Niterói e São Gonçalo. Em 2011, a 4ª Vara Federal de Niterói o condenou a 23 anos, um mês e dez dias de prisão. Sua defesa entrou com um pedido de habeas corpus e ele conseguiu deixar a prisão em 2012.
Em sua vida, ele foi acusado de contrabando, formação de quadrilha e corrupção ativa. Segundo denúncias, ele pagava policiais para informarem a ele quando teriam operações. Dessa forma, ele se preparava para que seu esquema de caça-níqueis não fosse prejudicado.
Investigações
Em uma entrevista para o Domingo Espetacular, da Record TV, que foi divulgada no último fim de semana, Shayene contou como foi ver o marido morto.
"Fiquei no carro com minha filha, a secretária e mais uma pessoa. Escutei um único barulho. Fui correndo, o vi no chão, o coração parou, ele estava morto, morreu na hora... Minha filha é uma criança que nunca presenciou violência. Ela nunca viu", disse a musa da Portela, que completou: "Tenho medo pela minha filha, preciso estar do lado dela para proteger, cuidar, educar".
Ela e a mãe foram assaltadas em um arrastão a caminho do Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto, no Centro do Rio, no dia seguinte a morte do marido. Ela também contou que recebeu ameaças de morte por mensagens no celular de sua filha. Uma das ameaças dizia: "Vou derrubar mãe e filha, se soubesse que estavam dentro do carro, teria matado as duas também".
Ela postou nas redes sociais que recebeu flores do marido depois que ele morreu. As flores foram enviadas antes do assassinato dele.
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