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    Violência em Maricá pode piorar, diz especialista

    Publicado 24/12/2020 às 9:26 | Autor: Tiago Souza
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    Pelo menos oito homicídios foram registrados em duas semanas. Foto: Adobe Stock

    O município de Maricá, que muitas vezes se destaca entre os municípios vizinhos, como Niterói e São Gonçalo, pelo "baixo" nível de criminalidade, tem sido alvo de críticas por parte de moradores, que relatam sensação de insegurança constante. Em duas semanas, pelo menos oito pessoas foram vítimas de homicídio na cidade.

    Segundo o especialista em Segurança Pública Paulo Storani, a tendência é que a violência no município piore com o tempo.

    “Por mais que a cidade seja 'pequena', ela não está isenta desse tipo de crime. Nós estamos caminhando para o agravamento desse cenário e a tendência é essa. Por mais que a polícia atue, o preso fica no sistema carcerário pouco tempo". 

    Paulo Storani, especialista em Segurança Pública.

    Os casos

    Na noite da última segunda-feira (14), o corpo de um homem foi encontrado carbonizado no interior de um veículo, que ficou destruído pelas chamas, próximo ao conjunto habitacional “Minha Casa, Minha Vida” de Itaipuaçu. Segundo a Polícia Militar, a vítima teria sido espancada e morta por criminosos da região.  

    Na terça-feira (15), um homem de 30 anos foi assassinado a tiros no distrito de Itaipuaçu. A PM informou que a vítima foi executada enquanto preparava sua mudança. Criminosos que estavam no interior de um veículo que trafegava pela Rua 44 efetuaram os disparos na direção da vítima.  

    O terceiro assassinato foi registrado na quarta-feira (16), também em Itaipuaçu, mas dessa vez na Rua 10. A vítima, um jovem de 20 anos, estava no interior de sua residência, quando três criminosos encapuzados teriam invadido o imóvel e a executado.

    Ainda na mesma madrugada, um homem de 31 anos foi morto dentro de casa, na Rua 184, no loteamento Jardim Atlântico. De acordo com os moradores da região, eles escutaram os disparos de tiros efetuados pelos criminosos. Minutos depois, eles se depararam com a vítima morta no interior da residência.  

    Na manhã da última quinta-feira (17), o quinto homicídio: o corpo de um jovem de 21 anos foi encontrado boiando com marcas de tiros na Lagoa da Gamboa.   

    Já na tarde da última sexta-feira (17), Wellington Vianna, filho do ex-prefeito de Maricá Uilton Vianna, foi executado a tiros no interior de um veículo em São José do Imbassaí.  

    Os últimos dois homicídios foram envolvendo uma mãe e uma filha, que foram encontradas mortas na tarde desta terça-feira (21), na Restinga de Maricá. As vítimas eram comerciantes. 

    Medo

    Moradores relatam uma rotina de preocupação, visto que os crimes, muitas vezes, ficam sem respostas por meses, como o homicídio do vereador Ismael Breve e os jornalistas Romário Barros e Robson Giorno.

    “Passou a virar rotina nos depararmos com a notícia de uma pessoa encontrada morta aqui na cidade. De uns tempos pra cá, Maricá já não é mais a mesma. A polícia tem que dar um basta nisso”, disse um morador que preferiu não se identificar.

    O aposentado João Araújo, 61 anos, também morador de Maricá, lamentou que "uma cidade tão bonita e tranquila esteja passando por essa onda de crimes".

    "É preciso que as forças de segurança fiquem de olho", disse.

    Polícia

    Segundo a Polícia Civil, agentes da Delegacia de Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) realizam diligências para tentar identificar os autores do crime. Imagens de câmeras de segurança e informações de testemunhas já foram coletadas. 

    Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, dos homicídios que ocorrem no país, somente 2% terminam com prisão e 98 não são descobertos.  

    “Se for latrocínio há uma possibilidade muito grande de não conseguir chegar ao autor do crime”, revelou Storani. 

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