Sonho interrompido
Vigilante morto na Reduc tinha acabado de ingressar na faculdade
Segundo irmão da vítima, objetivo era obter promoção no emprego
Em meio a palmas, lágrimas e o hino do Flamengo, foi sepultado, nesta terça-feira (14), o vigilante Leonardo Lopes da Silva, de 39 anos, no Cemitério de Irajá. Ele foi morto neste domingo (12) por um criminoso que invadiu a Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). Leonardo havia acabado de comprar um carro e estava cursando Gestão de Segurança Privada e Segurança Pública há seis meses para conseguir promoções no emprego.
A mãe de Leonardo estava sedada durante o enterro do filho. A filha dele, de 7 anos, passou a noite chorando ao descobrir sobre o falecimento do pai. Por estarem muito abaladas, a mãe e a esposa da vítima, que não parava de chorar, preferiram não falar com a imprensa.
Francícero Aragão, mais conhecido como Cícero, de 46 anos, irmão de Leonardo, falou em nome da família.
“A gente nunca espera que vai acontecer com um de nós, com nossa família, apesar da situação lastimável que vemos no Rio de Janeiro, só que infelizmente aconteceu. Nada vai trazer meu irmão de volta e é delicado, principalmente para minha mãe, que está enterrando o filho, não é o ciclo natural da vida. Ele estava na parte da vida que tudo dá certo e começa a andar. Ele queria crescer e criar a filha”, contou ele.
Há relatos de outros casos do tipo no local. “Normalmente, o pessoal diz que ali é delicado de se trabalhar. De 100%, vamos colocar que 30% fale. É um local difícil! Eu espero que o Estado prenda o bandido que tirou a vida do meu irmão. Quantas vezes ele já não deve ter sido preso? Quantas vezes não foi preso e solto? Até o momento, não me falaram nada de investigação. Espero que não seja um ‘apenas estamos investigando’”, disse ele que criou o irmão.
A cuidadora de idosos Thaís Lopes também falou sobre a relação do primo com a filha. “Era alegre, dava apoio. Estava sempre com as crianças, era um pai maravilhoso. No sábado, eu estava com ele na casa da minha tia e lembro que ele pediu pra esquentar a lasanha para a filha dele comer e no domingo descobri o ocorrido. O que fica é a tristeza. A filha dele sempre foi de sair com o pai, mas ela disse que esse havia sido o melhor sábado pra ela. Eles foram na praia, viram água-viva, ele falou para ela sobre a água-viva, eles brincaram. Era o coração dela o pai dela”, disse ela.
A morte de Leonardo segue sendo investigada pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Até o momento, o criminoso que o baleou segue solto.
Em nota, a Petrobras disse que conta com equipes de segurança privada atuando nas dependências da Refinaria Duque de Caxias (REDUC). Além disso, a companhia possui diversas ações de relacionamento com as instituições de Segurança Pública visando aumentar a proteção e a segurança dos colaboradores lotados na refinaria.
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