Crime
Vigarista tenta golpe com criança que morreu de câncer em Maricá
Estelionatário criou vaquinha e perfil fake nas redes sociais
Stanley Douglas e Juliana Dantas, pais da pequena Maria Flor, que faleceu em setembro deste ano após uma difícil batalha contra um tumor cerebral raro e agressivo conhecido como Glioma Pontino Intrínseco Difuso (DIPG), denunciam que um golpista criou uma página nas redes sociais pedindo dinheiro para o tratamento da menina.
Na ocasião, o estelionatário criou uma vaquinha e perfis no Instagram e no Facebook, afirmando ser o pai da Maria Flor, o que é mentira.
Na campanha, a meta seria de aproximadamente R$ 24 mil. Além disso, ele usa fotos indevidas da menina e até mesmo vídeo feitos pelos pais, para tentar sensibilizar as pessoas.
Revoltado, Stanley contou como ficou sabendo do caso:
"Estávamos dando uma volta na Praia de Itaipuaçu ontem (terça-feira) e uma mulher, que é pastora e ajudou a gente no caso da Maria, mandou uma mensagem para Juliana dizendo que tinha uma conta no Facebook e no Instagram pedindo dinheiro usando as fotos e os vídeos da nossa filha, afirmando que precisa ir aos Estados Unidos para realizar o tratamento, exatamente como o nosso caso. Imediatamente, a Juliana gravou stories pedindo para denunciar a conta", disse.
Na publicação, há diversos comentários alertando as pessoas sobre o golpe. O pai de Maria Flor estranhou também o fato do golpista ter conseguido criar a vaquinha, já que precisa dos nomes completos dos pais, além de alguns documentos, como CPF.
Nós ainda estamos vivendo o luto. Tem apenas dois meses da morte dela e ver pessoas querendo se beneficiar de uma situação dessa é muita crueldade. É uma pessoa que não tem coração. É terrível. Uma sensação de impotência!
Por conta disso, foram feitas diversas denúncias dos seguidores para que a página fosse excluída. No entanto, para a surpresa dos pais, a conta de Juliana foi banida e a do golpista permanece ativa.
"O Facebook e o Instagram simplesmente baniram a conta da Juliana. Lá tem todo o histórico da Maria, do caso, desde o início. Inclusive, pessoas do mundo inteiro entraram em contato com a gente para tentar nos ajudar. É surreal isso. Mas nós já abrimos reclamações no Governo Federal, fizemos um boletim de ocorrência e solicitamos que a conta da Juliana volte. Até o momento, nem o Facebook e nem o Instagram ainda se pronunciaram. Eles estão beneficiando o golpista e jogando contra a verdade", relatou.
A Polícia Civil informou que o caso foi registrado pela internet na 82ª DP (Maricá), e a delegacia solicita que a vítima compareça à unidade para formalizar o registro de ocorrência e apresentar mais informações sobre o fato. A reportagem tenta contato com a Meta, responsável pelas redes sociais citadas.
Relembre o caso
Maria Flor, de 6 anos, morava em Itaipuaçu, distrito de Maricá, na Região Metropolitana do Rio, ela começou a enfrentar sua dura batalha em novembro de 2022, quando foi diagnosticada com DIPG.
O diagnóstico inicial revelou que o tumor era incurável, o que levou a família a buscar tratamento intensivo. Maria Flor passou por 32 sessões de radioterapia no Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, no Rio de Janeiro.
Em um momento de esperança, o tumor apresentou uma redução de 48%, permitindo que o tratamento fosse interrompido em fevereiro de 2023. Contudo, a condição da menina não melhorou como esperado, e a família continuou a procurar alternativas.
Determinados a oferecer à filha uma chance de recuperação, Stanley e Juliana buscaram um tratamento inovador em Miami, nos Estados Unidos. Eles iniciaram uma vaquinha online para arrecadar cerca de R$ 1 milhão necessários para cobrir os custos do tratamento.
No entanto, após uma longa batalha contra a doença, a menina teve decretada morte cerebral no dia 4 de setembro deste ano. O corpo de Maria Flor foi sepultado no Cemitério Campo da Paz, em Várzea das Moças, e foi marcado por grande comoção, com uma longa salva de palmas e dezenas de balões branco e rosa.
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