Tragédia
Um mês depois, família de jovem morto em SG cobra por justiça
Raphael, de 22 anos, morreu durante uma ação policial em outubro
‘É uma dor insuportável. Uma dor que eu pensava que nunca ia passar’, disse Cristiane Motta de Azevedo, mãe do jovem Raphael Luiz, de 22 anos, morto durante uma ação policial no dia 3 de outubro, em Santa Izabel. Ela esteve na Delegacia de Homicídios Niterói-São Gonçalo (DHNSG) na manhã desta segunda-feira (7) para cobrar respostas sobre a investigação.
Leia + Moradores protestam após morte de jovem em São Gonçalo
Leia + 'Nunca foi bandido, diz mão de trabalhador morto em SG
Apresentando os contracheque do filho, Cristiane Motta da Silva afirmou que o jovem era trabalhador desde os 13 anos, diferente das acusações da Polícia Militar de que o rapaz foi morto durante um confronto.
“Eu quero a reposta do Estado. E eu estou esperando essa resposta. Meu filho era trabalhador, ele tinha carteira assinada. Estou aqui com o contracheque dele. Ele trabalha de segunda a segunda. Meu filho nunca pegou arma, não usou droga nenhuma. Meu filho era esforçado, trabalhava desde os 13 anos de idade e morreu com 22 anos”, disse.
Para a mãe, a dor é inexplicável, e se torna pior por ainda não haver uma resposta sobre a investigação, mais de um mês depois. “Eu trabalho em um cemitério, e eu pensava que aquela dor daquelas mães ia passar rápido, mas é engano. É uma dor que eu nunca pensava que ia passar, insuportável”.
Eu espero a justiça. Sei que não vou ver mais meu filho, que vai ficar só a saudade. Todo dia eu choro, eu não tenho mais prazer para nada, estou ficando doente. Eu quero que os criminosos vão presos porque eu estou sofrendo muito pela morte do meu filho. É uma saudade imensa
O procurador da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária (CDHAJ) da OABRJ, Rodrigo Mondego, tem acompanhado o caso com a família.
“A Cristiane me procurou para poder falar sobre a morte do filho dela, levou diversos relatos, dele ter trabalhado de carteira assinada, não ter nenhum tipo de antecedente criminal, e a gente viu desde o início que tinha fortes indícios de não se tratar de um auto de resistência, o que foi também entendido pelo delegado do 75ª DP (Rio do Ouro), mas de uma morte por intervenção policial", relatou.
Segundo o advogado, a família já viu os policiais envolvidos trabalhando no local onde o jovem foi morto.
"A informação que a família tem é de que eles estão na rua, inclusive a família já viu esses policiais na localidade, e isso causa muito temor para a família e os amigos do Raphael de acontecer com mais alguém, ou com algum amigo dele sem envolvimento no crime, assim como Raphael não tinha", contou Rodrigo.
Questionada sobre as investigações, a Polícia Civil respondeu as investigações seguem na 75ªDP (Rio do Ouro). Diligências estão em andamento para esclarecer as circunstâncias do fato.
Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!