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    Tráfico de drogas e Covid-19: os temores de São Gonçalo e Niterói

    Publicado 18/02/2021 às 18:30 | Autor: Alan Emiliano
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    Imagem ilustrativa da imagem Tráfico de drogas e Covid-19: os temores de São Gonçalo e Niterói
    |  Foto: Foto: Pedro Conforte
    Plataforma é utilizada de forma bem diferente pelos moradores das cidades vizinhas. Foto: Arquivo/Pedro Conforte

    Desde o início da pandemia no Brasil, o Disque Denúncia vem sendo utilizado de forma bem diferente por moradores de São Gonçalo e Niterói. Enquanto os residentes no segundo município mais populoso do Estado do Rio de Janeiro se mostram mais preocupados com o tráfico de drogas e suas vertentes, os moradores da "Cidade Sorriso" revelam preocupação maior com questões relacionadas a Covid-19 deixando o temor da criminalidade em segundo plano.

    De acordo com relatório montado pela própria plataforma de denúncias, de janeiro de 2020 até o último dia 10, já foram realizadas 9.054 denúncias em São Gonçalo, sendo 4.832 delas relacionadas ao Tráfico de Drogas, figurando na primeira posição entre as denúncias da cidade. Em segundo lugar aparece a Covid-19, com 923 registros, e Uso Ilegal de Serviços Públicos na terceiro posição, com 550 denúncias. Completam o top-10: Maus Tratos com Animais (547), Obstrução de Vias Públicas (229), Localização de Foragidos da Justiça (169), Extorsão Simples (121), Posse Ilícita de Armas de Fogo (84), Consumo de Drogas (74) e Poluição do Ar (71).

    Enquanto a população de São Gonçalo aparenta preocupação bastante assídua com a criminalidade e usam a plataforma para relatar a sensação de insegurança, os moradores de Niterói apresentam um comportamento diferente no teor das denúncias. Entre janeiro do ano passado e os dez primeiros dias de fevereiro deste ano, o município foi alvo de 4.264 denúncias, quantidade quase 53% menor que em São Gonçalo. No entanto, a principal característica se revela quando o assunto é o novo coronavírus, que lidera, com folga, o ranking de denúncias na cidade, com 1.305 feitos no período.

    Em segundo lugar aparece Tráfico de Drogas com 934 registros e, na sequência, Maus Tratos Contra Animais, com 458 denúncias. Completam o top-10: Uso Ilegal de Serviços Públicos (173), Extração Irregular de Arvores (73), Jogos de Azar (64), Consumo de Drogas (61), Desmatamento Florestal (61), Violência contra o Idoso (61) e Estelionato (54).

    Questionado a respeito da diferença de comportamento entre os moradores dessas cidades vizinhas, o coordenador do Disque Denúncia, Zeca Borges, ressaltou a importância da plataforma para todos os assuntos.

    "O morador de São Gonçalo é mais efetivo no quesito tráfico de drogas, visto a grande quantidade de reclamações vista nesse setor. Em Niterói, também temos isso, mas o niteroiense é mais abrangente e acaba por fazer reclamações em setores como o meio ambiente e crimes como estelionato, pouco denunciados em São Gonçalo"

    Comunidades

    Em São Gonçalo, as comunidades com mais denúncias acumuladas no período são: Complexo do Salgueiro, com 426 registros, Lodial e Favelinha, no Boaçu, com 157 reclamações, e Jardim Catarina, com 148 denúncias. Completam o top-6: Complexo da Alma, no bairro Amendoeira (104), Coréia, no Pita (62), e Brejal, no Jardim Bom Retiro (55).

    "Sabemos que ambos os municípios possuem áreas conflagradas pelo tráfico, onde os moradores acabam sendo retraídos pela criminalidade e, em alguns casos, acabam optando pelo silêncio. Acreditamos que o morador da comunidade é o grande parceiro do Disque Denúncia. Através deles, conseguimos informações privilegiadas e acabam por apoiar o serviço dos órgãos de segurança, que ganham esse apoio e conseguem alcançar bons resultados no combate ao tráfico de drogas nesses locais", disse Zeca Borges.

    Em Niterói, as seis principais comunidades com mais denúncias de moradores são o Morro do Castro, na Engenhoca, com 114 denúncias, Preventório, em Charitas (75), Morro do Estado, no Centro (61), Morro do Cavalão, em Icaraí (42), Igrejinha, no Largo da Batalha (23) e Morro do Palácio, no Ingá (19).

    Perfil

    De acordo com o sociólogo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rafael Mello, muitos fatores podem explicar a diferença de comportamento entre os moradores de São Gonçalo e Niterói. Entre eles, o grau de escolaridade, a faixa etária e o grau de criminalidade existente em cada município.

    "O morador de São Gonçalo acaba sendo mais direcionado para o combate ao crime organizado, já que não possui uma sensação de segurança semelhante a Niterói"

    Além disso, o especialista afirma que a faixa etária e o grau de escolaridade também são essenciais na análise do comportamento dos denunciantes de ambas as cidades.

    "O fato da população de Niterói ser considerada um pouco mais velha que a gonçalense pode ser um agravante também"

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