Insegurança
Tensão no Complexo do Alemão com presença reforçada da polícia
Ruas do Alemão ainda sentem resquícios da 'guerra'
Um dia após a megaoperação policial que terminou com 18 mortes, moradores ainda relatam sensação de insegurança e medo no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. Mesmo depois de horas de tiroteios na quinta-feira (21), quem mora no conjunto de comunidades voltou a conviver com barulho de tiros na manhã desta sexta-feira (22). Uma mulher, identificada como Solange Mendes da Silva, morreu após ter sido baleada, na localidade conhecida como Caixa D'água.
Trabalhando há dois anos em um comércio popular, Renato Dorneles não pôde exercer suas atividades nesta quinta-feira. Segundo o comerciante, apesar de seu estabelecimento funcionar às margens da Estrada do Itararé, próximo de um ponto onde há um baseamento de policiais militares, a sensação ainda é de insegurança.
"Estamos torcendo para que não haja mais nada, esperamos que a paz volte à comunidade. Os governantes têm que olhar para a comunidade. Hoje a nossa sensação ainda é muito comovente. Esperamos que os políticos olhem para isso tudo que está acontecendo na comunidade", afirmou o comerciante.
Em algumas casas é possível encontrar perfurações de tiros nas paredes. Alguns moradores ainda se sentem inseguros de comentar sobre o assunto. Nos pontos de ônibus os moradores tentavam retomar as suas rotinas embarcando nos coletivos para seguirem para o trabalho, como foi o caso de Leandro Santiago. "Espero que quando eu voltar esteja tudo bem", disse.
Em diferentes pontos da Estrada do Itararé, o policiamento foi reforçado e as equipes policiais realizaram abordagem dos veículos, principalmente motocicletas. Ainda pela manhã, representantes de diferentes instituições, inclusive dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados Brasil (OAB), entraram na comunidade acompanhados de lideranças comunitárias.
Morta a caminho do mercado
Na manhã desta sexta-feira (22), Solange Mendes da Silva, de 49 anos, morreu após ter sido atingida por uma bala perdida na localidade conhecida como Caixa D'água, no Complexo do Alemão. Segundo a Polícia Militar, ela chegou a ser levada para o Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV), mas já chegou à unidade sem vida.
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