Despedida
Sob tensão e ameaças, corpo de Jerominho é velado
Ex-vereador já cumpriu pena de 11 anos
Familiares e amigos do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, se reúnem, nesta manhã de sábado (6), na Capela Vip do Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, para prestar suas últimas condolências a ele, que foi morto na última quinta-feira (4), na Zona Oeste do Rio. O velório do ex-policial civil foi marcado por lágrimas e tristeza. Os parentes não quiserem falar com a imprensa.
O corpo de Jerominho chegou ao local por volta das 10h30 e algumas de suas parentes demonstraram bastante tristeza. Lágrimas e gritos de lamento foram ouvidos vindos da capela.
Dentre os parentes presentes, estavam o ex-deputado estadual do Rio de Janeiro Natalino Guimarães, irmão de Jerominho. A filha do ex-policial civil, a dentista e ex-vereadora Carminha Jerominho também esteve presente. A família não quis falar com a imprensa e um dos presentes hostilizou os fotógrafos.
Nas redes sociais, Carminha prestou condolências ao pai dizendo que ele era um super homem e que morreu lutando e acreditando no melhor.
O filho dele, Luciano Guinâncio Guimarães, que está preso desde 2008, foi liberado pela Justiça para ir até o velório e o sepultamento de seu pai. Luciano responde por crimes como envolvimento em milícia, homicídio, extorsão e formação de quadrilha. Ele será escoltado por uma equipe da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) na cerimônia de hoje.
Quem é Jerominho?
Ele foi um policial civil antes de se tornar vereador do Rio e foi filiado ao PMDB entre 2000 e 2008. Em 2004, ele recebeu 33.373 votos e em 2000 foram 20.560 pessoas que o elegeram. Mas em 2007, o ex-parlamentar foi preso e cumpriu uma pena de 11 anos. O homem foi solto em 2018 após ser absolvido em um processo que o acusava de tentar matar um motorista de van em junho de 2005.
Jerônimo foi um dos 227 indiciados na CPI das Milícias, um marco contra o crime organizado. Junto com seu irmão, Natalino Guimarães, Jerominho é acusado de ser um dos criadores da milícia Liga da Justiça, que atua em Campo Grande.
Em 2020, a Polícia Federal realizou uma operação voltada à família do ex-vereador. A ação foi para investigar possíveis postos no poder Executivo e Legislativo com o objetivo de retomar o poder na Zona Oeste. Já em janeiro deste ano, Jerominho voltou a ser preso por extorsão à mão armada, sendo solto uma semana depois.
No fim de janeiro de 2022, o ex-vereador voltou a ser preso por extorsão à mão armada contra motoristas de vans, um crime cometido em 2005. Menos de uma semana depois, ele foi solto.
A morte
Ele foi morto por homens que o interceptaram quando ele estava em seu carro. Eles pararam do lado do carro de Jerominho e atiraram à queima-roupa contra ele, que foi socorrido, mas não resistiu. Seu cunhado Maurício Raul Attalah, que estava ao seu lado no momento, segue internado no Hospital Municipal Rocha Faria, e seu estado de saúde é estável.
A Polícia Civil informou neste sábado (6) que diligências estão sendo feitas para identificar os autores do crime. O caso foi registrado na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Segundo o Instituto Fogo Cruzado, nos últimos seis anos, ao todo, 55 políticos foram baleados na Região Metropolitana do Rio. Com Jerominho, o número aumentou para 56.
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