Segurança do Terminal de Niterói é acusado de tentativa de estupro

Uma mulher denuncia ter sofrido uma tentativa de estupro por um segurança do Terminal Rodoviário João Goulart, no Centro de Niterói, na madrugada desta sexta-feira (3). A vítima, que preferiu não se identificar, conta que ao pedir informações sobre o horário de seu ônibus, foi coagida pelo segurança para ter relações com ele. 

O caso aconteceu por volta das 2h enquanto ela tentava pegar a linha 527, com destino a Jardim Catarina, em São Gonçalo, para voltar para casa. 

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"Quando eu entrei no Terminal, estava tudo deserto e tinha só três baias funcionando e as outras não. Quando eu olhei pro lado, eu me deparei com um homem com uma blusa da Teroni e perguntei se ele trabalhava ali. Ele me disse que era segurança", relatou a mulher, que descreve o suspeito como branco, alto e com barba.

Após o primeiro contato, a mulher contou que perguntou ao homem se ele saberia dizer a que horas o ônibus que ela precisava passaria. Depois de responder que não, ela se direcionou para sua baia, mas o segurança foi para atrás de um quiosque e começou a chamá-la.

"Ele começou a falar que estava excitado com meu vestido. Que eu era uma gordinha sexy e que queria muito ficar comigo. Eu disse que não queria ficar com ele, que só queria ir para casa. E ele toda hora tentando me beijar e eu virando o rosto. Eu falava toda hora pra ele: "Eu não quero, eu quero ir embora. Nisso, ele pegou a minha mão, passou nas partes íntimas dele e começou a passar a mão em mim também", relatou a vítima.

Ela afirmou também que o tempo todo tentava sair, mas era puxada por ele para ser levada para atrás do Terminal. O suspeito ainda dizia que estar com um vestido era sinal de que estava querendo transar com algum homem. 

A mulher conseguiu com que ele se afastasse, quando ameaçou gritar pedindo socorro. Ela, então, foi até uma lanchonete que encontrou aberta para pedir ajuda, mas foi aí que a situação ficou ainda pior. 

"Quando eu falei que ia começar a gritar pedindo socorro foi quando ele me soltou e desistiu. Fui pra uma lanchonete e contei tudo que aconteceu para um homem. Ele chamou o chefe de segurança que estava bebendo e, em nenhum momento, falou comigo direito. Falou que não era problema dele, que se eu estava na rua uma hora daquela era porque eu realmente estava querendo ser abusada", contou a vítima. 

Ela ainda disse que recebeu ameaças do chefe de segurança, caso ela chamasse a Polícia Militar e o envolvesse no caso. 

A vítima foi levada para 76ª DP (Centro), onde registrou um boletim de ocorrência de importunação sexual. 

A Polícia Civil informou que o caso foi registrado na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Niterói. "A vítima foi ouvida e diligências estão em andamento em busca de informações para identificar a autoria do crime". 

Abalada, a mulher teme pela sua vida. "Eu jurava que ele ia me levar lá para trás e me matar. Estou traumatizada, com crise de ansiedade e com medo de sair de casa porque fui ameaçada. O chefe de segurança disse que eu não fui feita de aço", contou.

Procurada pelo ENFOCO, a Teroni, empresa que administra o Terminal de Niterói, disse que já entregou as imagens do local para os agentes que investigam o caso. 

"Entregamos prontamente aos policiais que estão investigando o caso um arquivo com imagens do local. Prestamos todas as informações requeridas e estamos colaborando com a polícia pela elucidação do caso. A direção da Teroni comunica à população e autoridades que está  ao lado da lei e repudia qualquer violência contra usuários e funcionários".