Polícia
Queda da milícia e a fuga do tráfico - o plano da PM em Itaboraí
Uma estrutura com lucro astronômico e uma disputa encerrada com a chegada dos 'homens de farda'. O grupo miliciano, liderado pelo criminoso conhecido como 2N, estaria montando uma quadrilha no bairro Visconde, em Itaboraí, que — apenas no primeiro mês de controle das práticas criminosas — obteve exito com lucro de R$ 500 mil, a partir de cobranças irregulares, como 'gatonet', gás, segurança de casas e comércios, entre outros. Mas antes mesmo da expansão dos homens ligados a Wellington da Silva Braga, o Ecko, chefe da milícia no Rio, policiais do Batalhão de Itaboraí (35ºBPM) conseguiram prender sete integrantes do bando. Era o início da ocupação.
A estratégia da PM contou com viaturas espalhadas por diversos pontos do bairro para evitar possíveis retomadas de milicianos ou a entrada de traficantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV).
De acordo com o comandante da unidade, tenente-coronel Cristiano Braga Alves, o processo de ocupação teve inicio após a prisão dos acusados de atuarem como milicianos no bairro Visconde ocorrida na última semana. O comandante confirma que entre eles está o chefe da quadrilha, o 2N, membro da tríade de milicianos formada por ele, Eckoe Danilo Dias Lima, o Tandera. Juntos, o trio seria responsável pelo controle de área da atuação de milicianos no Estado do Rio. Segundo Braga Alves, o fato de 2Nestar em Itaboraí confirma a tentativa de milicianos se consolidarem na cidade, afinal ele seria uma espécie de braço direito armado de Ecko.
"Houve um princípio de confronto entre traficantes do Comando Vermelho e da milícia, que foi cessada com a prisão do grupo de milicianos e a consequente ocupação da área. Depois de descobrirmos esse plano e a entrada definitiva dos nossos policiais, restabelecemos a paz na região e demos um prejuízo estimado em cerca de R$ 500 mil para essa quadrilha que agia cobrando por serviços clandestinos"
Braga Alves, comandante do 35º BPM
A iniciativa vermelha e o recuo
Poucas horas após a prisão dos sete milicianos, um grupo de traficantes do Comando Vermelho (CV), oriundos de outras localidades de Itaboraí, chegou a entrar no local com o objetivo de expandir o controle do tráfico de drogas, mas recuaram para a mata após a entrada dos policiais militares do 35ºBPM. Após a prisão do grupo paramilitar, o comando do Batalhão de Itaboraí passou também a investigar a informação de que policiais da própria unidade estariam envolvidos com o esquema criminoso da milícia na região de Visconde.
"Caso seja confirmada a participação de policiais da nossa unidade nessa quadrilha de milicianos, o comando irá cortar na própria raiz expulsando os mesmos"
Doze milicianos presos em um plano
As prisões ocorridas na última sexta-feira (21) corroboram com um plano de eliminação da milícia, elaborado por Braga Alves desde o inicio de seu comando. Desde a sua chegada ao batalhão de Itaboraí, em outubro do ano passado, 12 acusados de integrar a milícia de diferentes pontos do município já foram presos.
O comandante da unidade é o responsável pela apreensão de uma bazuca no interior do Complexo do Alemão em 2010.
"O que a população precisa entender é que não existe diferença entre traficantes e milicianos. Ambos cometem práticas criminosas e não merecem o respeito da Polícia Militar e de ninguém. Além disso, ressalto a importância das denúncias da população de bem, que nos ajuda com informes referentes a ações criminosas do tráfico e da milícia"
Nos últimos oito meses foram realizadas 332 prisões na cidade, sendo 203 delas de criminosos ligados a facção criminosa Comando Vermelho. Além disso, 59 menores de idades foram apreendidos por policiais militares da unidade.
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