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    Investigação

    Preso em operação da PF advoga para pai de Henry Borel

    Ailton Barros deixou o Exército e foi estudar Direito

    Publicado 05/05/2023 às 7:57 | Autor: Enfoco
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    Ailton Barros foi eleito como deputado estadual suplente na eleição de 2022
    Ailton Barros foi eleito como deputado estadual suplente na eleição de 2022 |  Foto: Reprodução/TSE

    O militar da reserva do Exército Ailton Barros, preso pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (3), no Rio de Janeiro, estudou Direito, se formou e hoje advoga para Leniel Borel, pai do menino Henry Borel, morto em março de 2021, no Rio.

    Ele virou advogado anos após ser investigado por suposto acordo com o tráfico. O capitão reformado foi expulso do Exército após punições disciplinares.

    Na eleição de 2022, em que se vendia como o "01 de Bolsonaro", foi eleito como deputado estadual suplente.

    Leniel foi o maior doador da campanha de Barros a deputado estadual pelo PL: R$ 3 mil, de acordo com reportagem do portal g1, publicada nesta quarta-feira (4). Os outros R$ 2,5 mil foram doados pelo partido.

    Investigadores da PF afirmam que Ailton Barros disse que sabe quem mandou matar a vereadora Marielle Franco.

    A afirmação de Barros foi feita durante uma conversa entre o militar e o então ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid, também preso na operação de quarta.

    A fala de Barros sobre Marielle apareceu em conversa dos dois militares interceptada pela PF, que apura fraudes em cartões de vacinação do ex-presidente e de pessoas próximas a ele.

    Em uma das conversas, Ailton Barros citou o nome do ex-vereador do Rio de Janeiro Marcelo Siciliano. 

    No áudio, ele diz a Mauro Cid que o ex-vereador estava tendo problemas com visto para os Estados Unidos em razão do envolvimento de seu nome no caso do assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, mortos em 2018.

    Siciliano chegou a ser investigado na época do crime, mas a polícia descartou a participação dele na morte da vereadora.

    Ao justificar que o ex-vereador não tem relação com o caso e que teria sido alvo de perseguição política, Barros citou que sabe quem foi o responsável pelo assassinato de Marielle Franco.

    A fala foi captada aleatoriamente pela polícia, e deve ser investigada no inquérito específico sobre o caso Marielle.

    Em 14 de março de 2018, Marielle Franco e Anderson Gomes foram baleados dentro de um carro, na região central do Rio de Janeiro.

    Há duas investigações em curso. A primeira apura quem são os mandantes dos assassinatos. 

    No outro processo, o policial militar reformado Ronnie Lessa deve ser levado a júri popular. Ele é acusado de ser um dos executores do assassinato.

    Siciliano foi alvo de busca e apreensão na manhã da última quarta. O nome dele foi envolvido na investigação sobre o assassinato de Marielle e Anderson por uma pessoa que se identificou como testemunha, mas que retirou as acusações depois.

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