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    Polícia investiga influenciadoras de SG que deram banana a criança

    Vídeo também tinha presente com macaco de pelúcia

    Publicado 31/05/2023 às 13:11 | Atualizado em 31/05/2023 às 14:02 | Autor: Enfoco
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    Não há informações precisas sobre a localização exata das gravações
    Não há informações precisas sobre a localização exata das gravações |  Foto: Reprodução

    Duas influenciadoras de São Gonçalo vão ser investigadas pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) por publicar vídeos nas redes sociais entregando um macaco de pelúcia, uma banana e até dinheiro para crianças negras que foram abordadas em vias públicas.

    Os vídeos que circularam nas redes sociais têm como protagonista a influencer Kérollen Cunha, que possui um canal onde publica conteúdo junto com sua filha, Nancy Gonçalves. Ambas acumulam mais de um milhão de seguidores no Instagram e 13 milhões no TikTok.

      

    No primeiro vídeo, o menino é abordado em Alcântara, Kérollen chega nele e lhe faz uma proposta: escolher entre um presente ou receber R$ 10. O menino opta pelo presente, porém, ao perceber que se trata de uma banana, expressa descontentamento, afirmando "Só isso?" e deixa o vídeo da influencer.

    Em outra gravação, a influencer aborda uma menina na rua e faz uma proposta semelhante, oferecendo a opção de receber R$ 5 ou uma caixa. A criança escolhe o "presente", que lhe é entregue por Kérollen, e ao abrir a caixa depara-se com um macaco de pelúcia. A criança, aparentemente feliz, abraça o brinquedo e agradece à influencer.

    Especialista em Direito antidiscriminatório, Fayda Belo ressalta que esses vídeos exemplificam o que é conhecido como "racismo recreativo", uma prática em que a discriminação contra pessoas negras é utilizada com o intuito de entretenimento.

    "Vocês conseguem dimensionar o nível de monstruosidade que essas duas ‘desinfluenciadoras’ tiveram ao dar um macaco e uma banana para duas crianças e ainda postar nas redes sociais para os seus mais de 13 milhões de seguidores [...]? Para ridicularizar duas crianças negras, para incitar essa discriminação perversa que nos tira o status de pessoa e nos animaliza como se fosse piada", diz.

    Fayda ressalta que as influenciadoras podem enfrentar penas de até oito anos de prisão, mencionando o Artigo 17 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que estabelece a inviolabilidade da integridade moral dos menores, bem como a preservação de sua imagem. Ela destaca ainda o Artigo 18, que proíbe a exposição de menores a situações de constrangimento, vexame, humilhação e ridicularização em público.

    Após a repercussão negativa do caso, a dupla limitou suas postagens nas redes sociais, compartilhando apenas uma story com o versículo bíblico: "Mas sou eu, eu mesmo, que apago os seus pecados por amor de mim, e que nunca mais se lembra deles".

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