Polícia
Polícia investiga 'fura-filas' em hospital de Niterói
Publicada às 8h30. Atualizada às 19h26.
A Polícia Civil, através da Delegacia de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro, cumpre, nesta segunda-feira (22), mandados de busca e apreensão contra suspeitos de furar a fila da vacina da Covid-19 no Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), no Fonseca, Zona Norte de Niterói.
De acordo com o delegado da especializada, uma denúncia feita pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren-RJ) mostrou que dois diretores do Instituto Sócrates Guanaes, organização social que administra o hospital, providenciaram doses para familiares que não pertencem ao grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19.
“A denúncia aponta que os enteados de um dos diretores da unidade, de 16 e 20 anos, foram imunizados contra a doença. Além disso conseguimos encontrar listas de vacinação rasuradas e iremos apurar qualquer violação da lei realizada não só no Hospital Azevedo Lima, mas como em todas as unidades de saúde”, disse o delegado responsável pela ação, Thales Nogueira.
Agentes cumprem mandados de busca e apreensão na casa dos diretores e em salas do hospital. Em um dos endereços dos diretores, a polícia encontrou cartões de vacinação preenchidos com lotes contra a Covid-19.
Ministério Público
O Ministério Público do Rio (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde da Região Metropolitana II, instaurou nesta segunda-feira (22) um Inquérito Civil para apurar possível ato de improbidade administrativa.
A Portaria de instauração do Inquérito Civil ressalta que a 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde da Região Metropolitana II tomou conhecimento, por intermédio da imprensa, de suposta ocorrência de desvio de doses da vacina no Hospital para familiares de um dirigente, que não pertencem ao grupo prioritário de vacinação.
O texto observa que a autoridade policial que conduz a investigação confirmou denúncia recebida pelo Conselho Regional de Enfermagem apontando que dois enteados de Rogério Casimiro, diretor técnico do hospital, teriam sido imunizados na unidade. Os registros de vacinação qualificaram a enteada como “estagiária em saúde” e o enteado como “acadêmico de Medicina”.
“As informações apontam para a inobservância, por parte dos agentes públicos, das prioridades estabelecidas pelo plano de imunização, mediante a violação dos princípios da impessoalidade e da moralidade administrativa. Necessário se faz apurar os fatos tendo em vista que a utilização do cargo para ‘furar’ a fila de vacinação, de modo intencional, caracteriza a prática do ato de improbidade administrativa previsto no art. 11 da Lei nº 8.429/92, já que estaria o agente se beneficiando do múnus público fora dos critérios estabelecidos pelos entes públicos”, destaca um trecho da Portaria.
Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!