Polícia
Polícia e MP seguem ouvindo PMs sobre mortes no Salgueiro
Novos depoimentos de policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) foram coletados, nesta terça-feira (30), no Ministério Público e na Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG), que possuem investigação individual para identificar as circunstâncias da ação da Elite da Polícia Militar que terminou com nove homens mortos, no último dia 21 de novembro, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.
De acordo com a Polícia Civil, até o início da manhã desta quarta-feira (1°), três policiais já haviam sido ouvidos de forma individual na sede da especializada, no Centro de Niterói. O primeiro deles compareceu à delegacia na tarde desta segunda-feira (29), e prestou um depoimento que durou cerca de quatro horas. Outros dois policiais do BOPE envolvidos na operação realizada no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, prestaram declarações na tarde desta terça-feira (30).
Segundo a Polícia Civil, outros cinco policiais da Elite da Polícia Militar são esperados ainda nesta semana para concluir o período de depoimento de testemunhas da operação. Após a coleta de depoimentos dos agentes, a Polícia Civil espera concluir o inquérito da ação que terminou com nove mortes. Cinco deles possuíam anotações criminais por diversos delitos, segundo as investigações.
Com procedimento paralelo à DH, o Ministério Público do Rio também vem coletando depoimentos dos policiais militares do Bope durante a semana. Com um avanço maior na coleta, os agentes já ouviram sete militares envolvidos na operação, incluindo o comandante da ação, restando apenas a fala de um dos policiais envolvidos na suposta troca de tiros que terminou com nove mortos, na tarde do último dia 21, na localidade conhecida como Palmeira, no Complexo do Salgueiro.
As investigações do Ministério Público da Divisão de Homicídios de Niterói buscam identificar as circunstâncias da ação da Polícia Militar que terminou com a morte de nove homens, que seriam suspeitos de integrarem o tráfico de drogas da região. As ações do dia 21 de novembro foram intensificadas após um policial militar, lotado no Batalhão de São Gonçalo (7°BPM), ter sido alvejado e morto por traficantes do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na manhã do dia 20 de novembro.
Na tarde do dia 21, os militares afirmaram terem sido atacados por criminosos armados da localidade conhecida como Palmeira, em São Gonçalo. Segundo a Polícia Militar, houve intenso confronto armado naquela região e um homem, acusado de ter participado do atentado contra o policial militar, foi morto. Na manhã do dia seguinte, oito corpos foram encontrados por moradores em uma área de manguezal, localizada em uma das oito localidades que compõem o Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.
Após encontrarem os corpos, moradores daquela região acusaram os policiais militares de terem torturado os mortos encontrados no manguezal, o que foi negado através do laudo de necropsia realizado nos oito corpos, afirmando que as mortes foram causadas por ferimentos oriundos de arma de fogo.
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