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    Paraguaios resgatados em situação análoga à escravidão na Baixada

    Eles vieram para o Brasil com a promessa de conseguir trabalho

    Publicado 20/03/2023 às 20:28 | Atualizado em 21/03/2023 às 11:00 | Autor: Agnes Aguiar
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    Homens foram trazidos com vendas nos olhos
    Homens foram trazidos com vendas nos olhos |  Foto: Divulgação

    Uma operação da Polícia Federal estourou nesta segunda-feira (20), no bairro da Figueira, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, uma fábrica clandestina de cigarros. Dentro do local, foram encontrados e resgatados 19 trabalhadores paraguaios que estavam sendo mantidos em situação análoga à escravidão. 

    De acordo com os policiais, a fábrica tinha grande capacidade para sua produção e era responsável pela distribuição dos cigarros por todo estado do Rio de Janeiro. Este já é o segundo caso que acontece no mesmo município em menos de sete meses e com trabalhadores na mesma situação.

    Segundo a PF informou, os estrangeiros moravam na própria fábrica. O local onde eles foram encontrados, ainda de acordo com a PF, não possuía nenhuma condição de higiene. Os trabalhadores precisavam dividir um espaço com animais, esgoto a céu aberto e com os próprios resíduos oriundos da produção de cigarro.

    Eles eram submetidos a uma jornada de trabalho extenso, sendo 12 horas por dia, sete dias da semana, em dois turnos, incluindo trabalho durante a madrugada, sem direito a descanso semanal. E além deles não receberem nenhuma remuneração pelos serviços prestados, não possuíam liberdade para se locomover para outros lugares e ainda eram forçados a trabalhar sem o equipamento de proteção.

    Os trabalhadores que foram resgatados contaram à polícia que foram trazidos do Paraguai com os olhos vendados, acreditando que iriam trabalhar na produção de roupas. Ao chegarem aqui, eles foram encaminhados para as instalações da fábrica, onde eram mantidos presos desde então. 

    Segundo a Polícia Federal, os estrangeiros sequer possuíam conhecimento que estavam no Rio de Janeiro. Eles contaram que mantinham contato com apenas uma pessoa, responsável por levar os mantimentos, essa pessoa estava sempre armada e usando uma máscara que não mostrava seu rosto.

    A deflagração da Operação Libertatis foi conjunta com o apoio do Ministério Público do Trabalho e da Receita Federal. A ação tinha como objetivo o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, em diversos pontos do município de Duque de Caxias.

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