Polícia
Nove baleados em final de semana de confronto em SG
Eram quase 21h de domingo quando policiais em plantão pelo batalhão de São Gonçalo, o 7º BPM, receberam uma denúncia de roubos na Estrada de Guaxindiba, nas proximidades da BR-101, ponto comum de assaltos e arrastões na cidade.
No último mês, policiais chegaram a prender um homem que abordava veículos na via. Na ocasião, bandidos haviam a instalado uma espécie de pedágio clandestino na via.
Desta vez, eram dois criminosos levando celulares de vítimas, e para a captura os policiais pediram apoio do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom). Desde maio, o Recom passou a atuar no monitoramento das marginais da BR-101.
Segundo a Polícia Militar, na tentativa de abordagem, a dupla abriu fogo e os policiais revidaram. Por fim, um dos criminosos foi baleado e morreu no Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT). Outro foi conduzido para a delegacia de Alcântara (74ª DP).
Com a dupla, a PM apreendeu um revólver de calibre 38 mm, quatro munições intactas e duas deflagradas. Naquela noite eles haviam roubado oito celulares.
Entretanto, essa foi apenas uma de quatro ações da Polícia Militar com baleados em São Gonçalo. Ao longo do final de semana até a manhã desta segunda-feira (9), ao menos quatro criminosos foram baleados e dois foram mortos. Em meio ao recrudescimento da violência na cidade, três pessoas foram vítimas de disparos sem origem identificada.
Patrulhamento
A sequência de ações iniciou na noite de sábado (7). Na localidade da Ipuca, no Jardim Catarina, houve troca de tiros e dois acusados de integrar o tráfico de drogas foram baleados. A ação tirou das ruas um fuzil e uma granada.
Depois da caça aos assaltantes na Estrada da Guaxindiba, a madrugada de domingo para segunda-feira (9) foi de confronto na comunidade Vila Candoza, localizada nas proximidades do bairro Coelho.
Por volta das 2h30, guarnições acessaram a Vila Candoza pela Estrada do Coelho em operação. Os policiais relataram que foram cercados por cinco homens armados com fuzis e pistolas. Depois de disparos na Rua Jorge Batista, um homem foi encontrado no chão com uma pistola de calibre 9mm. Adiante, havia outro baleado. Destes, apenas um sobreviveu aos ferimentos após o socorro ao HEAT. O caso foi registrado na delegacia de Neves (73ª DP).
Nesta segunda (9), policiais amanheceram em incursão na comunidade da Alma, no Jóquei. O batalhão confirmou que dois homens foram baleados na ação, mas a Polícia Militar não informou se houve apreensão. Socorridos ao HEAT, um dos acusados veio a óbito na unidade.
Balas ‘perdidas’
No decorrer dos confrontos no final de semana, três pessoas foram vitimadas por disparos, sem origem identificada, em áreas conflagradas de São Gonçalo.
Por volta das 11h de domingo (8), policiais foram acionados para um caso em Vista Alegre. Uma pessoa foi baleada em circunstâncias ainda desconhecidas e socorrida ao HEAT. Segundo o batalhão, policiais não atuavam na área naquele momento.
Durante a tarde, uma segunda vítima: um homem baleado na varanda de casa na Travessa Lourdes, no bairro Paraíso, nas proximidades do complexo do Feijão deu entrada em um hospital particular na cidade e não teve o estado de saúde divulgado.
A terceira vítima, uma mulher, foi recebida no HEAT com uma bala alojada na perna esquerda por volta das 16h deste domingo (8). Segundo a PM, ela foi atingida dentro de casa no Jardim Nova República, nas proximidades de Almerinda. Ela recebeu alta, segundo a unidade de saúde.
Letalidade
Embora a letalidade violenta entre janeiro e julho em São Gonçalo tenha apresentado redução de 16,5% em relação ao mesmo período do último ano, a proporção de mortes em ações policiais aumentou. Os dados são do Instituto de Segurança Pública (ISP).
Em São Gonçalo, agentes de segurança são responsáveis por 4 a cada dez mortes violentas na cidade. No mesmo período no último ano, 3 a cada dez mortes foram ocasionadas pela polícia.
De acordo com a Polícia Militar, nas ações policiais “os criminosos fazem opção pelo enfrentamento, dando início ao confronto. Os criminosos têm reagido de forma violenta e irresponsável, efetuando disparos com armas de guerra a esmo”.
A corporação afirmou ainda que “tanto nas vias urbanas como nas áreas conflagradas, as ações da PM são pautadas por planejamento prévio e executadas dentro da lei, sempre com a preocupação de preservar vidas”.
A prioridade das operações é a prisão de criminosos e apreensão de armamento e drogas, e não o confronto, segundo a PM: ‘Essa prioridade pode ser comprovada pelo saldo operacional dos oito primeiros meses, com quase 6 mil armas e 31 mil criminosos presos no Estado'.
Colaborou Tiago Souza
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