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    Reviravolta

    'Não comeria m...', diz mãe de moça morta em shopping sobre acusado

    Márcia chorou ao ter ciência do resultado do laudo

    Publicado 26/05/2022 às 11:23 | Autor: Ezequiel Manhães
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    Márcia Maria Mota, de 53 anos, conta que haverá nova manifestação na porta do Plaza Shopping Niterói no próximo dia 2 de junho
    Márcia Maria Mota, de 53 anos, conta que haverá nova manifestação na porta do Plaza Shopping Niterói no próximo dia 2 de junho |  Foto: Arquivo/Vitor Soares

    Para Márcia Maria Mota, 53, mãe da jovem Vitórya Melissa Mota, de 22 anos, morta a facadas na cafeteria onde trabalhava em um shopping de Niterói, em junho de 2021, o principal acusado do crime não sofre de transtornos mentais, conforme apontado por laudo psiquiátrico nesta terça-feira (25). 

    "A minha filha nunca falou algo dele neste sentido dele ser doente mental. Aquele lá não sofre de transtornos não. Se der fezes para ele, não vai comer. Porque os que eu conheço, se der, comem. Mas ele não comeria", desabafou.

    O laudo psiquiátrico de Matheus dos Santos da Silva, 22, apontou que ele sofre de transtorno mental e não dispõe de capacidade para entender o ato. 

    A mãe da vítima diz que amigos de Vitórya já esperavam por isso. Em entrevista ao ENFOCO, ela chorou após ter ciência do resultado do laudo.

    "A gente já esperava isso. A corrupção está demais. Está difícil de viver no Brasil. As pessoas morrem e não ajudam um ao outro... gente se passa por maluco", criticou Márcia.

    Conforme parecer assinado pela médica psiquiatra Sandra Greenhalgh, Matheus não tinha qualquer capacidade de entender o crime que estava cometendo.

    O advogado Cláudio Dalledone, que presta assistência jurídica ao acusado, aposta na redução da pena e que o cumprimento ocorrerá através de tratamento psiquiátrico.

    "A magistrada teve muita sensibilidade em acolher o nosso pedido para avaliar a sanidade mental do Matheus. Estamos diante de uma pessoa doente que não tinha qualquer capacidade mental de entender o que estava acontecendo e, assim, evitar esta tragédia".

    Dalledone aponta que o processo agora muda de rumo.

    "Não estamos mais lidando com um homicida, sanguinário, frio e cruel como tentou demonstrar o Ministério Público. Estamos diante de uma pessoa com doença mental pré-existente aos fatos e que precisa de internamento urgente", frisou.

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    Uma manifestação na porta do Plaza Shopping está prevista para ocorrer no próximo dia 2 de junho. A data marca um ano desde o assassinato de Vitórya, que completaria 23 anos no próximo dia 30 de maio. Amigos e familiares devem marcar presença no ato.

    "Não tem nem como fazer muita coisa. Que eu saiba ele era normal, não era doente mental. Eu acho impressionante uma coisa dessa. Eu fico caída, desmoronando. É complicado. Doente mental por quê? Minha filha nunca falou mal dele, que era doente mental. A minha filha estava querendo estudar e ele a noite toda ligando pra ela. Não deixava a menina dormir. Ela não aguentava mais. Vamos fazer essa manifestação e pedir por Justiça", afirmou a mãe.

    À época do crime, testemunhas afirmaram que os dois, que eram colegas em um curso de enfermagem, estavam sentados na praça de alimentação quando Vitórya gritou "não", tentando se afastar do agressor. Conforme os relatos, Matheus impediu que a jovem se levantasse, colocando a mão em seu ombro e a golpeou com a faca.

    Mesmo com Vitórya já no chão, ele seguiu a agredindo, diz a denúncia, e só foi parado por uma testemunha, que o imobilizou até a chegada dos seguranças do estabelecimento e da polícia.

    De acordo com o relatório do Ministério Público do Rio, Matheus não aceitava o fato de Vitórya não querer se relacionar com ele. Ao pedir a prisão preventiva, a juíza Rachel Assad da Cunha destacou que "a crueldade e a ousadia do crime demonstram a inadequação do agressor ao convívio social". 

    O julgamento estava marcado para o dia 6 de dezembro do ano passado, mas a juíza Nearis dos Santos Arce pediu a perícia médica para avaliar as capacidades mentais de Matheus.

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