Perícia técnica
MPRJ pede júri popular para acusados de matar João Pedro
Agentes negam acusações de homicídio doloso e fraude processual
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) solicitou a realização de um júri popular para os policiais acusados da morte do jovem João Pedro Matos Pinto, ocorrida durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, em 2020.
Os promotores Silvia Regina Aquino do Amaral, Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister afirmam que os réus, acusados de homicídio doloso e fraude processual, devem ser levados ao Tribunal do Júri. A promotora alega que o crime foi cometido "com o emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima" e por motivo torpe.
Os policiais argumentam que houve um confronto, com tiros vindos de dentro da casa onde João estava, e que um criminoso teria pulado o muro da residência. Contrapondo essa versão, o MP sustenta que testemunhas afirmam que os disparos partiram de fora para dentro da casa.
O pedido do MPRJ destaca relatos de testemunhas corroborados pela perícia técnica, que indicou que os vidros da casa possuíam uma película que impedia a visibilidade do interior e que os disparos ocorreram de fora para dentro.
"Esses relatos foram corroborados pela perícia técnica que atestou que os vidros da casa possuíam uma película que impedia enxergar o que acontecia no seu interior e que só houve disparos de arma de fogo de fora para dentro da casa", diz um trecho do pedido do MPRJ.
A defesa dos policiais nega as acusações, alegando várias nulidades no processo. O advogado Raphael Mattos espera a anulação do processo pela Justiça ou que os réus sejam responsabilizados por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
"A defesa reforça a versão dos policiais de que houve um confronto e que um bandido pulou o muro da casa onde João Pedro estava, e que o laudo de uma perícia feita pelo Ministério Público foi omitida do processo", afirmou o advogado, em nota.
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