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    Polícia

    MP analisa passos do Bope em dia de perícia no Salgueiro, em SG

    Publicado 14/12/2021 às 17:00 | Atualizado em 15/12/2021 às 17:16 | Autor: Alan Emiliano
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    Imagem ilustrativa da imagem MP analisa passos do Bope em dia de perícia no Salgueiro, em SG
    |  Foto: Foto : Marcelo Tavares
    Para a realização da perícia foram mobilizados mais de 200 homens da Polícia Militar. Foto : Marcelo Tavares

    Uma megaoperação comandada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), em conjunto com mais de 250 homens dos batalhões de São Gonçalo (7°BPM) e Niterói (12°BPM) e do Comando de Operações Especiais (COE), analisou nesta terça-feira (14) os últimos acontecimentos da operação feita pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) no dia 21 de novembro, quando nove homens morreram na localidade conhecida como Palmeira, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.

    Pela manhã, promotores e corregedores do Ministério Público e da Polícia Militar percorreram diversos pontos da localidade para identificar se houve algum desvio de conduta por parte dos policiais envolvidos na ação.

    “É importante ressaltar que a reprodução simulada que estamos fazendo não diz respeito as mortes em si. Estamos investigando se os depoimentos prestados pelos 13 policiais do Bope condizem com o cenário apresentado. Tínhamos a expectativa de trazer três policiais, mas um deles acabou sendo dispensado na data de hoje, por não ter participado do confronto que terminou com as mortes. Os dois envolvidos percorreram o trajeto feito por eles próprios e acreditamos que tenha sido um passo importante na investigação, que ainda está no início”

    Paulo Roberto de Mello, promotor de Justiça

    Depoimentos

    Ainda de acordo com o promotor, os 13 policiais militares envolvidos na ação revelaram, durante os depoimentos na sede do Ministério Público, no Centro do Rio, entre os meses de novembro e dezembro, que adentraram na localidade após o assassinato do sargento da PM, Leandro Rumbelsperger, morto no dia 20 de novembro. Nas incursões, eles revelaram que foram atacados por diversas vezes por criminosos que se escondiam, em suma, nas áreas de mata e um grupo específico se escondeu dentro de uma igreja evangélica.

    Esses últimos teriam sido os responsáveis pelo ataque a tiros, que gerou o confronto resultando na morte dos nove individuos. Um deles foi encontrado pelos militares e os outros nove foram localizados pelos próprios moradores da localidade conhecida como Palmeira em uma área de manguezal da região, próxima à igreja evangélica.

    “O depoimento dos policiais revelou que eles encontraram drogas em uma área de mata e não haviam localizado os corpos oriundos do confronto armado entre a polícia e o tráfico local. Agora o próximo passo da investigação é entregarmos o laudo dessa perícia e prosseguirmos com possíveis novos depoimentos para identificarmos ou não possíveis desvios de conduta dos policiais militares do Bope”

    Civil também investiga mortes no Salgueiro

    Aliado à investigação do Ministério Público sobre um possível desvio de conduta por parte dos policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope), acontece o procedimento da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG), que busca elucidar as nove mortes ocorridas durante os confrontos armados entre a policia e o crime organizado local.

    De acordo com os agentes da especializada, a investigação sobre as mortes segue em curso e novos depoimentos ainda deverão ser realizados neste mês de dezembro. A expectativa, segundo a polícia, é concluir o inquérito até meados de 2022.

    Poucas horas após encontrarem os oito corpos no manguezal da localidade da Palmeira, moradores da região acusaram os militares de terem torturado alguns dos homens, o que foi descartado pelo laudo de necropsia feito nos corpos dos mortos.

    Segundo a Polícia Civil, as mortes foram causadas por disparos de arma de fogo, sem qualquer indício de facadas ou outro tipo de arma com ação cortante ou perfuro-cortantes.

    Mortes despertaram descaso do Governo com o Salgueiro

    Durante a remoção do corpos de uma área de manguezal, os relatos da grande maioria dos moradores da localidade conhecida como Palmeira eram quase todos no mesmo tom. Além de criticarem a ação policial, que culminou com a morte de nove homens, sendo oito encontrados no manguezal e um localizado pelos próprios policiais militares, residentes em uma das áreas mais precárias da Região Metropolitana do Rio criticavam a falta de auxílio do Governo através de ações e projetos sociais no conjunto de favelas localizado às margens da BR-101, em São Gonçalo.

    “Nós só recebemos a visita do Governo do Estado através de operações policiais e nunca com projetos e ações sociais que ajudam a retirar os jovens do crime e impedem que muitos adolescentes entrem nessa falsa ilusão de uma vida resolvida. Não adianta só entrar na bala, é preciso entrar com educação, esporte, lazer, cursos profissionalizantes, etc. Enquanto a única forma de entrada for na bala, vão morrer vários e vários, não somente do tráfico, o que acredito ser o principal problema. Quem saiu como vencedor nessa operação? Policiais foram mortos, traficantes foram mortos, inocentes morreram.. Todo mundo perdeu de alguma forma e isso vem sendo recorrente”, disse um comerciante, que mora no bairro há mais de 20 anos.

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