Caso Genivaldo
Morte de homem expõe retirada de aulas de direitos humanos na PRF
Conteúdo já chegou a ter carga horária equivalente a 30 horas
O curso de formação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) agora não tem mais a disciplina sobre Direitos Humanos e Integridade - DHI. No programa pedagógico atual foi informado que a matéria teve a carga horária suprimida.
Segundo consta, "os encontros presenciais foram suprimidos, e temáticas abordadas em sala serão trabalhadas de maneira transversal por todas as demais disciplinas".
O conteúdo sobre direitos humanos já chegou a ter uma carga horária equivalente a 30 horas nas aulas de formação. As informações foram obtidas pela BBC News, que ouviu agentes da PRF.
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De acordo com a publicação, a abordagem de direitos humanos na formação dos policiais agora entra na oficina transdisciplinar 'Práticas Orientadas para o Trabalho'.
O documento do curso introdutório que a reportagem teve acesso cita, portanto, que é competência dos agentes "atuar na vida profissional e pessoal para promoção dos direitos humanos fundamentado nas diretrizes internacionais".
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) anunciou na quinta-feira (26) o afastamento dos agentes envolvidos na morte de Genivaldo de Jesus Santos, ocorrida durante uma abordagem feita na quarta (25) por policiais rodoviários federais na BR-101, em Sergipe.
Em nota, a corporação afirmou que instaurou um processo disciplinar “para elucidar os fatos” e os agentes foram afastados das atividades de policiamento.
“A Polícia Rodoviária Federal informa que está comprometida com a apuração inequívoca das circunstâncias relativas à ocorrência no estado de Sergipe, colaborando com as autoridades responsáveis pela investigação. A PRF instaurou processo disciplinar para elucidar os fatos e os agentes envolvidos foram afastados das atividades de policiamento”, afirmou.
A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para apurar o caso e já iniciou as diligências para esclarecer “o mais breve possível” o ocorrido, conforme afirmou em nota.
Por meio de suas redes sociais, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse nesta quinta-feira que determinou que a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal abrissem investigação sobre a ocorrência. “Nosso objetivo é esclarecer o episódio com a brevidade que o caso requer”, escreveu o ministro.
Imagens veiculadas na internet mostram a vítima presa dentro de uma viatura esfumaçada. O homem se debate com as pernas para fora enquanto um policial rodoviário mantém a tampa do porta-malas abaixada, impedindo o homem de sair. As suspeitas são de que a fumaça era um gás disparado pelos policiais, o que teria resultado na morte de Genivaldo por asfixia.
Segundo o Instituto Médico Legal (IML) de Sergipe, foi realizada a necrópsia e o material coletado encaminhado ao Instituto de Análises e Pesquisas Forenses (IAPF) para elucidar a causa imediata da morte. Foi identificado de forma preliminar que a vítima teve como causa da morte insuficiência aguda secundária a asfixia.
Com Agência Brasil
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