Logo Enfoco


    Angústia

    Mistério toma conta de sumiço de atleta de 27 anos em São Gonçalo

    Relógio esportivo não estava pareado com celular deixado em casa

    Publicado 09/04/2025 às 10:48 | Autor: Tayná Ferreira
    Ouça a reportagem
    Siga no Google News Siga o Enfoco no Google News
    Lucas Celestino, de 27 anos, atua como operador de estacionamento em um shopping de Niterói
    Lucas Celestino, de 27 anos, atua como operador de estacionamento em um shopping de Niterói |  Foto: Arquivo pessoal

    Um dia após o sumiço do atleta Lucas Celestino, de 27 anos, a aflição e o mistério ainda tomam conta de familiares e amigos. O jovem não é visto desde a manhã desta terça-feira (8) após sair de casa, no bairro Mutuapira, em São Gonçalo, para correr na BR-101, sentido Niterói.

    Segundo a mulher dele, Maria Eduarda Celestino, de 26, o corredor utilizava um relógio que registra o percurso da corrida. No entanto, o aplicativo do aparelho não estava pareado ao celular, que permaneceu em casa.

    Pessoas próximas ao rapaz estiveram na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, nesta quarta-feira (9), para cobrar respostas das autoridades e acelerar as buscas pelo jovem.

    A esposa Maria Eduarda explica que o relógio esportivo de Lucas registra o trajeto percorrido tanto no próprio aparelho, quanto no aplicativo instalado no celular. Porém, como o relógio não estava sincronizado com o celular no momento da corrida, a família não tem acesso ao percurso feito naquele dia. O trajeto, nesse caso, estaria registrado apenas no próprio relógio, que segue com o atleta.

    Maria Eduarda Celestino, de 26 anos, mulher de Lucas Celestino
    Maria Eduarda Celestino, de 26 anos, mulher de Lucas Celestino |  Foto: Lucas Alvarenga

    “Eu sempre vejo o trajeto quando ele chega em casa. Ele emparelha o relógio com o celular e o percurso aparece”, contou Maria Eduarda.

    O irmão de Lucas, Márcio Celestino, tentou diversas vezes acessar o aplicativo, mas só conseguiu visualizar trajetos anteriores, como um realizado no bairro Jardim Catarina, em São Gonçalo. Segundo a esposa, quando há operações policiais na região, Lucas evita treinar na área por segurança.

    Lucas costuma correr dia sim, dia não, pela BR-101. Segundo a esposa, ele tinha o hábito de sair entre 5h e 5h30, retornando por volta de 6h30 para se arrumar e seguir para o trabalho em Niterói. Na manhã do desaparecimento, ele saiu sozinho, já que o percurso seria curto e rápido.

    Segundo o treinador Auderir Moreira, Lucas se preparava para uma maratona
    Segundo o treinador Auderir Moreira, Lucas se preparava para uma maratona |  Foto: Lucas Alvarenga

    De acordo com Auderir Moreira, treinador do projeto de corrida AMD+, do qual Lucas faz parte, o atleta procurou o grupo com o objetivo de melhorar o condicionamento físico e se preparar para uma maratona. Ele treina na equipe há um ano e meio e costuma correr no bairro Jardim Catarina com um grupo de, no mínimo, 20 atletas.

    “Falei com ele no domingo e passei o treino de sábado. Ele é muito dedicado, só não ia correr quando precisava trabalhar. Ontem, ele fez um treino rápido, da casa dele em direção a Niterói, cerca de 400 metros com várias repetições curtas”, relatou o treinador.

    Lucas tem o hábito de correr apenas com uma garrafinha de água, sem levar documentos, celular, cartão de passagem ou outros itens. De acordo com sua esposa, ele também não costuma comer antes dos treinos, apenas ingere suplementos. Ela não descarta a possibilidade de o marido ter passado mal durante a corrida.

    Juliana Celestino, mãe do atleta, diz ter esperança na localização do filho
    Juliana Celestino, mãe do atleta, diz ter esperança na localização do filho |  Foto: Lucas Alvarenga

    A mãe do atleta, Juliana Celestino, afirmou que o filho sempre demonstrou paixão pela corrida. “Saía cedo pra correr e fazia com gosto. Tenho esperança de que vamos encontrá-lo. Às vezes, vemos na televisão pessoas que desaparecem e são encontradas”, disse, emocionada.

    Familiares e amigos estão se dividindo por grupos e percorrendo diversos bairros de Niterói e São Gonçalo em busca de pistas sobre o paradeiro de Lucas, que nunca havia ficado tanto tempo fora de casa, e sem dar notícias.

    “Já procuramos em vários locais: UPA, hospitais, na própria BR-101, em bairros, em todo lugar”, relatou a atleta Vera Lessa, que participa do mesmo grupo de corrida.

    Familiares e amigos mobilizados nas buscas por Lucas Celestino
    Familiares e amigos mobilizados nas buscas por Lucas Celestino |  Foto: Lucas Alvarenga

    Desaparecimento

    Maria Eduarda conta que percebeu o desaparecimento do marido por volta das 7h30 de terça-feira (8), ao acordar e notar que Lucas Celestino ainda não havia retornado da corrida matinal. Segundo ela, Lucas deveria estar no trabalho às 8h40, no estacionamento do shopping Multicenter, em Itaipu, na Região Oceânica de Niterói, onde atua há oito meses como operador.

    Estranhando a ausência, ela entrou em contato com dois supervisores do marido, que confirmaram que ele não havia comparecido ao trabalho. “Mandei mensagem para um supervisor e para um outro chefe, e eles informaram que o Lucas não tinha ido. Ele saiu de casa sem nada”, contou. 

    Desesperada, Maria Eduarda revelou que tem um trauma relacionado a esse tipo de situação, pois perdeu uma amiga em circunstâncias semelhantes. Por isso, sempre pedia ao marido que avisasse onde estava.

    Ela acredita que, como havia dormido tarde na noite anterior, Lucas tenha evitado acordá-la antes de sair. “Acho que teve pena de me acordar e saiu sem fazer barulho. Quando levantei, ele não estava. As coisas dele estão todas aqui. Ele saiu só para correr mesmo”, disse.

    A jovem então mobilizou familiares e amigos, inclusive a mãe de Lucas, Juliana Celestino, para iniciar as buscas.

    Vizinhos relataram ter visto Lucas se aquecendo na rua antes da corrida. “Como ele começa a correr daqui mesmo, se aquece na rua e vai direto até a BR. É o que ele sempre faz”, explicou Maria Eduarda.

    Paradeiro

    Familiares relataram que estão recebendo diversas informações sobre possíveis avistamentos. Um dos relatos indicaria que Lucas teria sido visto por câmeras de segurança na altura do bairro Porto do Rosa, em direção a Niterói. No entanto, a informação ainda não foi confirmada, pois a família não teve acesso às imagens.

    “Queremos ver as câmeras para saber se ele realmente passou por ali”, disse um familiar. Algumas dessas informações desencontradas têm dificultado as buscas. 

    Segundo a Polícia Civil, a família registrou o boletim de ocorrência na noite de terça-feira, por volta das 19h. O caso foi formalizado como desaparecimento e será investigado por uma equipe especializada.

    Quem tiver qualquer informação sobre o paradeiro de Lucas, pode entrar em contato com Maria Eduarda ou com o pai dela, Eduardo Felipe, pelos telefones (21) 99356-0248 e (21) 99122-6564.

    Tags

    Grupo achados e perdidos do facebook Enfoco Grupo achados e perdidos do facebook Enfoco
    Achados e Perdidos

    Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!

    Entrar no grupo
    Artigo anterior
    <

    Novo concurso da Polícia Civil é autorizado no Rio; saiba mais

    Próximo artigo
    >

    Ele voltou! Pedro é relacionado para o jogo do Flamengo

    Relacionados em Polícia