Procurado
Miliciano Tandera usa disfarces para escapar da prisão
Informações sobre acusado têm recompensa de R$ 5 mil
Agentes do Ministério Público descobriram que o policial militar foragido Danilo Dias Lima, lotado no 7º Batalhão (São Gonçalo), conhecido como Tandera, que atua como chefe da milícia da Baixada Fluminense, usa diversos disfarces para não ser reconhecido e nem preso. Mas a casa caiu, e agora agentes buscam por informações do miliciano a partir das várias aparências criadas. O Disque-Denúncia oferece, inclusive, uma recompensa de R$5 mil.
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O miliciano usava barba pintada ou natural, óculos, boina e até perucas de diferentes texturas. Tudo para não ser reconhecido durante os encontros com seus aliados. Os agentes descobriram, inclusive, que, para execução de seis jovens, Tandera usou uma farda preta de força especial e cobriu todo o seu rosto, deixando apenas os olhos destapados.
Tandera e mais 16 pessoas foram alvos de uma operação do MP com apoio da Polícia Civil, nesta quarta-feira (3). É que, durante as investigações, foi descoberta uma aliança entre políticos da Baixada Fluminense e os líderes da milícia de Tandera. Com a quebra de sigilo telefônicos, o Ministério Público teve acesso a imagens de uma reunião no dia 22 de abril de 2020 entre a alta cúpula da organização criminosa e pré-candidatos à prefeitura dos municípios de Nova Iguaçu, Queimados e Seropédica para as eleições daquele ano.
Na reunião, Tandera apontou que a meta era alcançar os três poderes.
“Enquanto a gente não alcançar o Legislativo, o Poder Judiciário, o Executivo, o 'quarto poder', a gente não vai conseguir nada”, afirmou ele à época. No decorrer da reunião, ele especificou que o quarto poder seria o Ministério Público.
Dez pessoas estavam presentes na reunião, mas seis foram denunciadas pelo Ministério Público do Rio. Além de Tandera, Marcelo Morais dos Santos, o “Grande”, e Gilson Ingracio de Souza Junior, o “Varão”, são acusados de envolvimento com organização criminosa, ameaça e extorsão, lavagem de dinheiro e porte ilegal de arma de fogo.
Os políticos indiciados por ligação com organização criminosa foram Thaianna Cristina Barbosa dos Santos, a “Dra. Thay”, pré-candidata à prefeitura de Mesquita pelo PSDB em 2020; Luciano Henrique Pereira, pré-candidato à prefeitura de Seropédica pelo PL e Cornélio Ribeiro, pré-candidato pelo PRTB mas não chegou a concorrer ao cargo de prefeito de Nova Iguaçu naquele ano.
Os outros quatro suspeitos que não foram indiciados são Jorge Alves Santos, sem justificativa; o "Rodolfo", citado na investigação mas sem identificação completa; Delson Lima Neto, o “Delsinho”, que era irmão de Tandera, e Antonio (também sem sobrenome divulgado) que morreram.
O MP garante que os pré-candidatos que foram denunciados prometeram secretarias de Governo, nomeações para cargos públicos e benefícios em licitações fraudulentas em troca do apoio político em suas campanhas eleitorais.
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