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    Novos casos

    Médico acusado de abuso é denunciado por mais cinco mulheres

    Ele está preso depois que abusou de uma paciente durante exame

    Publicado 03/03/2023 às 12:41 | Atualizado em 03/03/2023 às 12:51 | Autor: Ana Carolina Moraes
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    Ele está aguardando a audiência de custódia em um presídio em Benfica
    Ele está aguardando a audiência de custódia em um presídio em Benfica |  Foto: Marcelo Tavares

    Mais cinco mulheres, dentre a tarde da última quinta-feira (2) e dessa sexta-feira (3), denunciaram crimes sexuais cometidos pelo radiologista Martinho Gomes de Souza Neto contra elas. O médico foi preso na última quarta-feira (1º) acusado de abusar sexualmente de uma jovem de 26 anos durante um ultrassom ginecológico em Copacabana. 

    Segundo o delegado André Leiras, da 12ª DP (Copacabana), as cinco novas vítimas do acusado foram até a delegacia para prestar depoimentos. Elas tomaram coragem depois que Cris Silva, a jovem de 26 anos vítima dele durante o ultrassom ginecológico, resolveu denunciar o crime. 

    LEIA+: Radiologista é acusado de abusar de paciente durante exame no Rio 

    LEIA+: Médico induziu paciente a exame ginecológico para cometer abuso

    Em depoimentos, as novas vítimas contaram que também foram vítimas dele durante exames ginecológicos. 

    O delegado pede que outras vítimas do acusado não se intimidem e procurem a delegacia. "Estamos fazendo um apelo para se eventualmente outras mulheres forem vítimas desse profissional, para que elas procurem a 12ª DP (Copacabana) para poder prestar informações para que ele possa ser responsabilizado criminalmente", disse ele. 

    O médico foi preso na quarta-feira (1) logo após o crime, passou a noite na 12ª DP (Copacabana) e foi transferido para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, no dia seguinte. Ele segue no presídio até hoje aguardando sua audiência de custódia. 

    Martinho foi preso em flagrante, mas já foi realizado o pedido para que sua prisão se converta em preventiva. 

    O crime 

    A vítima, que preferiu se identificar apenas como Cris Silva, confirmou ao ENFOCO que foi induzida a fazer o ultrassom ginecológico. Ela contou que mora nos Estados Unidos, mas veio ao Brasil, onde nasceu, para fazer um check-up geral e pagou um pacote de exames. Nesse dia, ela faria apenas o exame de mama quando ele sugeriu a transvaginal, que seria com outro médico em outro dia. 

    “Ele disse que seria melhor que aí eu faria tudo de uma vez e eu acabei aceitando. O início foi super correto e educado, quando fez a mamografia. Mas no final, no outro exame, ele mudou a conduta. Era a primeira vez que estava fazendo esse exame e fiquei na dúvida se o que eu sentia era realmente estava acontecendo ou se era coisa da minha cabeça. Entendi que era abuso quando ele se irritou comigo e, sem as luvas, começou a me tocar nas  minhas partes íntimas com as mãos e perguntou se eu estava gostando”, disse a influencer de 26 anos. 

    Nessa hora, ela percebeu que algo estava errado e tentou sair da maca. “Ele me segurou pelos braços, me impedindo de descer da maca. Ele queria que eu descesse pelo lado que ele estava para sentar no colo dele e entrei em uma luta corporal para me livrar dele e ele só me soltou quando uma enfermeira bateu na porta. Ele se assustou, me soltei dele, entrei no banheiro e coloquei minha roupa”, acrescentou a vítima. 

    Zangada, a enfermeira entrou na sala e perguntou o motivo do exame estar demorando tanto e ele disse que era porque máquina de impressão não estava funcionando. “A enfermeira disse que era só ele pedir ajuda, que ela o ajudava. E eu tentando fazer contato visual com ela para ela ver que algo estava errado, mas ela não olhava pro meu rosto. Quando ela saiu, ela deixou a porta aberta e eu corri”, contou a vítima, que logo pediu ajuda à enfermeira. 

    Ela foi levada para uma outra sala e questionada pelo pessoal da clínica o que eles poderiam fazer para que aquilo acabasse ali e não envolvesse a polícia. Nessa hora, ela disse que não queria dinheiro nem nada, só justiça.

    “O que ele fez foi errado e ele poderia fazer com outras meninas. Eu fiquei aliviada quando, na delegacia, eu descobri que ele já tinha cometido esses crimes antes porque é difícil as pessoas acreditarem na gente. Então, eu estava ali na delegacia a todo momento me sentindo culpada e julgada. Foi quando me falaram que eu não era a primeira vítima dele, que ele já tinha vítimas no histórico pelo mesmo crime. Foi quando eu respirei aliviada porque iam ver que eu não estava mentindo. A primeira vítima dele também, que não foi ouvida, agora foi chamada. Por mais que você denuncie e nada ocorra, na frente outra vai e isso não passará impune, precisando ser unidas. E eu quero, inclusive, que quem passou por abuso com ele, vá na delegacia e denuncie para que ele vá para a prisão e não seja solto”, afirmou a jovem. 

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