Justiça solta PM acusado de matar jovem em protesto no Rio

O cabo da Polícia Militar, Carlos Eduardo Gomes dos Reis, foi solto pela Justiça do Rio de Janeiro, após ser denunciado pelo Ministério Público pelo assassinato de Jeferson de Araújo Costa, de 24 anos. A decisão judicial impôs ao policial uma série de medidas cautelares enquanto responde pelo crime, ocorrido em fevereiro deste ano no Complexo da Maré.

Jeferson foi morto na manhã de 8 de fevereiro, durante um protesto na Avenida Brasil, nas proximidades da Maré. De acordo com as investigações, o cabo abordou Jeferson, que estava desarmado e participava da manifestação.

A ação do PM foi filmada por moradores e também registrada pela câmera corporal que ele utilizava. Nas imagens, o policial guarda o rádio de comunicação, saca o fuzil e, ao se aproximar da vítima, dispara à queima-roupa em direção à barriga do jovem. Após o tiro, o cabo ainda xinga a vítima antes de se afastar da cena sem prestar socorro.

Em sua defesa, Carlos Eduardo alegou que o disparo foi acidental. Jeferson, que segundo familiares sofria de problemas psiquiátricos e era usuário de drogas, não foi visto em nenhum momento ameaçando o PM nas imagens.

Com a decisão da Justiça, Carlos Eduardo deve cumprir uma série de restrições enquanto o processo judicial se desenrola. Entre as medidas impostas, ele está proibido de realizar policiamento ostensivo, sendo obrigado a exercer apenas funções administrativas na corporação.

O policial também não pode se aproximar das testemunhas do caso, devendo manter uma distância mínima de 300 metros. Além disso, ele precisa comparecer mensalmente em juízo para justificar suas atividades, bem como participar de todas as audiências do processo. Mudanças de endereço e ausências prolongadas da Comarca também estão proibidas sem autorização judicial.

Descrição da Ação

No dia do protesto, o vídeo capturado por moradores mostra o cabo Carlos Eduardo se aproximando de Jeferson, que se encontrava na margem da Avenida Brasil.

Antes de efetuar o disparo, o PM guarda seu rádio, empunha o fuzil e se dirige até o manifestante, que, nas imagens, aparenta estar desarmado. O policial então encurrala Jeferson e diz "Mete aí, mete aí", seguido pelo som do tiro. Após o disparo, o PM se afasta, xingando a vítima e deixando o local sem prestar socorro.