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    Investigação

    Justiça manda afastar subsecretário suspeito de extorquir presos no Rio

    Detento diz que foi pressionado a pagar R$ 600 mil em propina

    Publicado 12/03/2025 às 13:02 | Autor: Enfoco
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    Casos aconteciam no Complexo de Gericinó, em Bangu
    Casos aconteciam no Complexo de Gericinó, em Bangu |  Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

    A Justiça determinou o afastamento de um subsecretário da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro por suspeita de envolvimento em corrupção e propina. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (10) pela 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa.

    Durante o processo, um detento relatou que estava sendo pressionado e coagido a pagar uma propina para obter um laudo médico e ser beneficiado com a prisão domiciliar. Segundo ele, o valor da propina girava em torno de R$ 600 mil.

    Promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp), cumpriram 10 mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (12).

    Com isso, a decisão determinou o afastamento do subsecretário de Tratamento Penitenciário, Lúcio Flávio Correia Alves, e dos inspetores Thiago Franco Lopes, Aleksandro dos Santos Rosa e Márcio Santos Ferreira.

    Também são acusados de participar do esquema um médico, um enfermeiro, um nutricionista e advogados.

    Na denúncia, o detento enviou uma carta à Justiça detalhando sobre o caso. “Abutres que só querem tirar proveito. Estou sendo coagido a todo momento”, escreveu.

    O detento é obeso e fez uma cirurgia bariátrica, para reduzir o estômago. Com isso, ele precisava de um laudo médico que daria o direito de se recuperar em casa por 4 meses, no regime de prisão domiciliar. “Eles já me tiraram duas vezes para me exigir R$ 600 mil para me vender ou dar um laudo favorável", disse na época, conforme reportagem exibida pela TV Globo.

    Em depoimento, o preso afirmou que havia uma organização criminosa na prisão, formada por policiais penais. Além disso, transferências bancárias foram enviadas à Corregedoria para comprovar os pagamentos das propinas.

    O detento contou também que advogados foram até sua casa para "intimidar psicologicamente" a sua companheira. Essa "visita inesperada" foi registrada por câmeras de segurança da residência. Este encontro chamou a atenção da Corregedoria, já que eles não eram os advogados do preso.

    Um dos acusados na denúncia, Thiago Lopes declarou que nunca teve conhecimento de qualquer esquema relacionado a laudos. Além disso, mencionou que estava há 3 anos no cargo de diretor da unidade e espera que a investigação comprove que nenhuma irregularidade foi cometida.

    Ainda de acordo com Thiago, o detento não recebeu nenhum benefício e tudo não passava de um conflito político interno na Seap.

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