Audiência
Julgamento do pai acusado de abusar da filha será nesta quinta
Homem é acusado de usar armas durante os abusos; ele está preso
Está agendada para esta quinta-feira (23), às 14h30, a audiência de instrução e julgamento que vai definirir se o homem acusado de abusar da própria filha, por seis anos, é culpado pelo crime de estupro de vulnerável cometido contra a vítima.
A vítima relata que os crimes ocorriam em Queimados, na Baixada Fluminense, quando ela tinha entre 10 e 16 anos.
A jovem, que atualmente tem 18 anos, denunciou o caso em dezembro de 2022 e o acusado foi preso no final de julho deste ano, depois de reportagens sobre o crime.
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Ao ENFOCO, a vítima contou que está com as expectativas altas para que o acusado seja culpabilizado pelo crime que cometeu. Ele está preso e as investigações ficaram a cargo da 55ª DP (Queimados).
"Vamos ter a justiça que desejamos há anos. Muita gente, incluindo mulheres, viu a situação e resolveu procurar o meu advogado para denunciar crimes do tipo. É gratificante ver que eu encorajei pessoas. Sei que não foram nem 2% das pessoas que passaram por isso, mas já é o suficiente", contou a vítima.
A audiência, segundo o advogado de defesa da vítima, Marcelo Bianchi, será de instrução e julgamento. O caso será julgado pela Vara Criminal da Comarca de Queimados.
O caso
Uma jovem de 18 anos denunciou para a Polícia Civil todos os abusos que sofreu do pai entre os 10 e 16 anos. O caso aconteceu na Baixada Fluminense e a ocorrência foi registrada em dezembro de 2022.
Meses depois, um mandado de prisão foi expedido pela Justiça contra o acusado. Ele, no entanto, só se entregou à polícia após os crimes teriam sido noticiados pela imprensa.
O primeiro abuso aconteceu em 2015, segundo relatou a vítima. Os exames no Instituto Médico Legal (IML) confirmaram os abusos. O homem usava uma arma enquanto praticava o crime, como forma de ameaçar a vítima. Ele também já havia sido preso anteriormente pelo homicídio de um filho de pouco mais de 1 ano, segundo a filha do acusado.
“Os abusos começaram na casa da minha avó, onde todos morávamos. Ele começou a passar a mão em mim, no momento em que não tinha ninguém em casa, só eu e meu irmão menor, que era bebê. Ele falava coisas obscenas, eu já sabia que era errado, achei a conversa estranha e saí para desviar do assunto. Ele logo começou a gritar indagando se eu estava fugindo. Eu peguei meu irmão, disse que estava cuidando dele, porque ele estava acordando e fui para a rua”, contou a jovem.
Segundo a denúncia, o acusado passava armas nas partes íntimas da jovem, durante os abusos e ameaças. Ele também batia e a colocava em banhos de sal grosso para marcar a pele.
Os crimes só acabaram depois que o pai e a mãe da jovem se separaram, e os filhos do acusado resolveram tirá-lo de casa. A jovem relatou ainda que sentia dores, e foi o pai dela quem tirou sua virgindade.
“Eu estava chorando após o crime na primeira vez. Quando minha avó e minha mãe perguntaram o que tinha acontecido, eu ficava com medo e falava que havia escorregado. Ele já me ameaçou com armas, com faca. Teve um dia que ele surtou e fez aquele negócio de roleta-russa com a arma comigo. Não sei como aguentei esse tempo todo passando por isso. Ele vivia falando que cadeia não era perpétua e, que se eu denunciasse ele, ia sair e vir atrás de mim”, contou.
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