Liberdade
Jovem presa durante entrevista de emprego é liberada após 16 dias
Lívia Ramos foi presa com outras 17 pessoas durante operação
Lívia Ramos de Souza, a jovem de 19 anos que foi presa durante uma operação da Polícia Civil contra um esquema de golpes de consórcio no Centro do Rio, foi libertada na noite desta quarta-feira (21). Ela havia passado 16 dias detida no Instituto Penal Santo Expedito, em Bangu, Zona Oeste do Rio.
Segundo a mãe de Lívia, Cristiane Pinto, de 51 anos, esse era o primeiro dia de trabalho da jovem. O alvará de soltura de Lívia foi emitido na noite de terça-feira (20), por ordem da Justiça.
Cristiane esperou em vão por cerca de 10 horas na porta do presídio, na expectativa de ver sua filha. Desanimada por não conseguir vê-la no mesmo dia, ela decidiu voltar para casa.
No entanto, ao chegar em casa, Cristiane foi surpreendida por uma chamada de vídeo de Lívia, informando que havia sido libertada e que estava sozinha na rua.
“Os agentes falaram que o expediente já havia encerrado, que não haviam recebido mais nenhum alvará de soltura. Decidimos voltar pra casa. Quando cheguei, recebi uma ligação da Lívia desesperada em uma barraquinha perto do presídio, avisando que estava solta e pedindo para eu buscá-la. Fiquei revoltada! Foi mais um caso de injustiça contra a minha família”, reforça Cristiane, em entrevista ao jornal “Extra”.
O último emprego de Lívia foi como Jovem Aprendiz em uma escola municipal em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ela estava desempregada há dois meses e começou a distribuir currículos para ajudar nas finanças da família. Foi assim que ela encontrou oportunidades na empresa Icon Investimentos, localizada no Centro do Rio.
“Ver a Lívia presa me deu uma angústia muito grande. Essa palavra “presa”… isso não combina com a minha filha. Uma menina doce, amorosa, carinhosa. Todos aqui no meu bairro, quando souberam, não acreditaram. “A nossa Lívia?”, perguntaram. Ela é uma menina que me ajuda em casa, que faz amizade fácil, amiga de todo mundo. Olha para o rostinho dela… Todo mundo falou: “Nossa, a gente não vê maldade nessa menina”. A gente não entendeu, sabe? Não passa nem reflexo de maldade na cabeça dela. Colocaram a Lívia num perfil totalmente contrário do que ela é”, conta Cristiane.
Lívia foi chamada para comparecer ao escritório da empresa, e em apenas quatro horas de sua presença lá, ela foi presa em flagrante junto com outras 17 pessoas, sob acusação de estelionato e formação de quadrilha.
Além de Lívia, outros 13 jovens que foram presos na mesma ocasião terão suas prisões preventivas convertidas em medidas cautelares. De acordo com o desembargador José Muiños Piñeiro Filho, da 6ª Câmara, eles não poderão trabalhar para empresas "com o mesmo objeto daquela que originou a prisão em flagrante". Além disso, esses jovens deverão comparecer ao tribunal em até cinco dias para informar seu paradeiro durante os atos judiciais necessários.
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