Cárcere privado
Idosa vítima de golpe foi impedida de sair de casa por um ano
Segundo a polícia, quadrilha envolve, pelo menos, 7 pessoas
A Polícia Civil informou que a idosa, de 82 anos, vítima de um golpe de mais de R$ 700 milhões aplicado pela própria filha, desarticulado por policiais civis na manhã desta quarta (10), foi impedida de sair de casa por pelo menos um ano.
Segundo informações do delegado Gilberto Cardoso, que fez a prisão dos acusados e apreendeu os quadros no apartamento em Ipanema, a idosa denunciou o crime na delegacia no primeiro semestre deste ano.
Os crimes começaram ainda em 2020, depois que a mulher, que se passava por cartomante, fez a primeira abordagem à vítima na saída de uma agência bancária. Ela disse que a filha da vítima iria morrer e assim tiveram início as transferências bancárias.
“Ela estava muito assustada quando falou com a gente e também com problema, né? Como você vai denunciar sua filha? O idoso é vulnerável e como tal, quando ele tem um patrimônio grande, ela passa a ser um alvo e na delegacia vimos que no momento em que se precisa de medidas judiciais. Desde que estou na delegacia já vi bom casos, mas esse foi o que consegui um desempenho na parte de instrução da investigação que foi adequado, tem outros que podem dar uma repercussão, mas estão em ritmo menor, não porque eu quero, mas estão”, disse.
Leia+: Filha é presa suspeita de dar golpe de R$ 700 milhões na mãe
O delegado não fez estimativas ainda sobre o valor dos quadros, mas um deles foi avaliado em pelo menos R$ 250 milhões. Alguns foram apreendidos no apartamento da falsa cartomante, em Ipanema, nesta quarta. Eles vão passar por perícia.
Alguns quadros da mãe foram vendidos pela filha e outros suspeitos em São Paulo. Segundo as investigações, pelo menos 6 pessoas estão sob investigação. Um dos suspeitos morreu antes das denúncias. Há ainda 16 mandados de busca e apreensão.
“Sobre esse desdobramento, vamos ver no final. Por enquanto, estamos preocupados em recuperar as obras e tirar de circulação a associação criminosa”, comentou.
O apartamento, segundo a polícia, era da comparsa da filha da idosa, com quem ela mantinha uma relação amorosa. A aproximação da filha da vítima com os outros envolvidos no caso começou em 2019 e os crimes começaram a ser praticados em 2020. Um ano depois, após deixar o cárcere, a aposentada conseguiu denunciar o caso à polícia.
Ainda de acordo com o delegado, os envolvidos vão responder por estelionato, roubo (subtrair joias), extorsão e associação criminosa. Já a filha, será denunciada por cárcere privado e ameaça. As obras serão devolvidas à proprietária, mas, por enquanto, serão encaminhados para uma galeria.
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