Investigação
Homem é preso por comercializar linha chilena após morte de motoboy
Fabrício Barros morreu ao ser atingido pela linha no pescoço
Agentes da 26ª DP (Todos os Santos) prenderam, nesta sexta-feira (4), um homem que comercializava ilegalmente linha chilena e cerol. A ação aconteceu depois da morte de Fabrício da Costa Barros, que foi atingido no pescoço por uma linha chilena enquanto trafegava de moto pela Linha Amarela, nesta terça-feira (1). Fabrício morreu no local, poucos dias antes de completar 26 anos.
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A prisão do suspeito aconteceu no bairro de Piedade, na Zona Norte do Rio, em um estabelecimento onde a polícia identificou que havia a comercialização desse tipo de linha.
A venda de linha chilena e cerol é proibida pela Lei Estadual 7.784/17 e o uso desses materiais para empinar pipas já causou a morte de algumas pessoas, especialmente motociclistas. A 26ª DP dará prosseguimento às operações de rotina para combater o comércio ilegal na região, evitando que novas mortes ocorram. A delegacia também investiga a morte de Fabrício.
No local onde o suspeito foi preso, foram encontrados 21 carretéis de linha chilena e dois frascos de cerol expostos à venda. Ao ser questionado pelos investigadores, o acusado chegou a afirmar que não estava mais vendendo após saber da morte de Fabrício.
O caso
Um homem de 25 anos morreu ao ser atingido no pescoço por uma linha chilena enquanto trabalhava pilotando sua moto na tarde desta terça-feira (1), na altura da saída 2, em Água Santa, no sentido Fundão. Fabrício C. Barros atuava como motoboy e entregador. Ele estava em uma corrida, carregando uma passageira que também se feriu, quando tudo aconteceu.
A segunda vítima, uma mulher não identificada que estava na guarupa de Fabrício, também se feriu por causa da linha chilena. Ela foi atendida, no entanto, por agentes da Lamsa, concessionária que administra a Linha Amarela, e liberada.
O pai de Fabrício contou que ele faria 26 anos nesta quinta-feira (3). "Hoje, estou chorando o luto do meu filho. Éramos para estar comemorando os 26 anos dele amanhã. Hoje, foi na minha casa, mas amanhã pode ser na sua. Vamos proteger a vida. Ele só vivia para o trabalho, não usava drogas, estava alegre pelo aniversário estar chegando, tinha um salão de festas preparado, estava planejando a festinha e agora vai ficar só na memória. Quantos Fabrícios vão acontecer mais na Linha Amarela?", indagou Wagner da Costa.
O pai explicou que, no momento do acidente, o filho usava uma antena para evitar a linha chilena.
"O que eu sei sobre o acidente é que ele estava levando uma passageira com a antena em pé e a linha chilena, não sei como, encontrou o pescoço dele, degolou quase o pescoço todo, só faltou um fio para o pescoço dele 'ir para trás'. O Fabrício dizia que sempre colocava a mão no pescoço quando via locais assim com muitas pipas só que essa linha chilena corta uma chapa de ferro, então, mesmo colocando a mão no pescoço para proteger, ela vai decepar tudo. Queria mais fiscalização das autoridades quanto a isso. Se você for no fim de semana onde tudo ocorreu, lá na Linha Amarela, por exemplo, você vê as crianças soltando pipa com essa linha. Você que tá usando a linha chilena, quando tá soltando, no alto, é um prazer, mas quando ela desce, ela vem cortando e tira uma vida", afirmou. Horas antes de morrer, Fabrício postou, nas redes sociais, vídeos pilotando sua moto.
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