Tristeza
Filho ainda não sabe que pai foi morto em briga por futebol no Rio
Jefferson de Assis queria dar videogame de Natal ao herdeiro
O repositor de supermercado Jefferson de Assis Silva, de 29 anos, que foi morto após ser golpeado pelo amigo com uma garrafa no pescoço, nesta segunda-feira (4), durante briga por futebol, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, tinha planos de comprar um videogame de Natal para seu filho de nove anos.
A informação foi revelada pela amiga dele, Manoela Teixeira. Jefferson estava a caminho da casa dela, quando foi assassinado. O corpo dele será sepultado nesta sexta-feira (8), no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.
“A gente ia passar o Natal juntos, ele era como se fosse meu irmão. Estávamos planejando o Natal e ele queria tirar um videogame pro filho dele no meu cartão. Não deu tempo!”, revelou a cozinheira, de 47 anos.
Covardia
Após prestar depoimento na 33ª DP (Realengo), nesta quinta-feira (7), sob condição de testemunha, a ex-companheira de Jefferson, Larissa Carvalho, de 27 anos, relatou ao ENFOCO que o filho do ex-casal, o pequeno João, de 9 anos, ainda não sabe da morte do pai.
“O Jefferson e o suspeito tiveram uma briga no dia 26 de novembro em um bar, por causa de time. O Jefferson era vascaíno e o suspeito flamenguista e eles estavam em um bar, como amigos, quando brigaram nesse bar. O Jefferson bateu nele e os amigos zoaram. O suspeito não gostou", começa dizendo.
Larissa diz que, na última segunda-feira (4), o suspeito saiu da igreja, viu o Jefferson na rua e teria dito que "agora ele ia pagar".
"O suspeito pegou o caco de vidro e cortou o pescoço do pai do meu filho. O Jefferson ainda pediu para ele 'por favor, não fazer isso', porque ele tinha um filho, o João, de 9 anos. Só que foi tarde. O Jefferson foi assassinado brutalmente”, afirmou a estudante de Administração, baseada em relatos de testemunhas.
Garrafa de cerveja
O pescoço de Jefferson teria sido cortado por uma garrafa de cerveja. O suspeito o atingiu pelas costas. Segundo informações, o acusado já teria sido ouvido na DP, junto com seu advogado. A Polícia Civil ainda não informou se há mandado de prisão.
“Estamos perplexos, a covardia foi grande, pegou o Jefferson por trás. Agora, ele se encontra foragido. Esse homem já tem uma passagem por roubo, usava tornozeleira eletrônica e está andando por aí como se nada tivesse acontecido. Estamos perplexos, foi covarde. Jefferson era um ótimo pai, carinhoso", denunciou Larissa.
Jefferson morreu no Hospital Municipal Albert Schweitzer, segundo a família, após duas paradas cardíacas.
A mãe do Jefferson está no hospital de tão mal, não sei como vou chegar no meu filho e contar que o pai dele morreu. Ontem mesmo, meu filho estava falando do pai, quero que Deus me dê forças para cuidar do meu filho e prenda esse vagabundo, que matou o Jefferson
Jefferson ia para a casa da amiga Manoela. Ele tinha acabado de sair do trabalho e ia passar o restante do dia com a amiga.
“Eu não sabia de nada. Eu estava em casa esperando ele, foi na rua de casa, mas eu não sabia. Fui pegar um hambúrguer que pedi e vi as pessoas comentando, mas ninguém me disse nada, mesmo sabendo que ele era meu amigo. Depois, uma amiga disse: 'meus sentimentos' e aí ela me contou do que aconteceu", afirmou Manoela.
Última mensagem
Segundo Manoela, a última mensagem encaminhada ao amigo foi perguntando onde ele estava.
"E depois, quando eu descobri do crime, eu perguntei se era verdade mesmo. Nunca mais tive resposta. Se eu soubesse da briga na hora, eu tinha ajudado com uma toalha no pescoço dele, porque eu fiz curso de enfermagem. Parecia que esse homem tinha premeditado tudo”, afirmou.
A Polícia Militar informou que não foi acionada para o caso. Já a Polícia Civil disse que “o caso foi registrado na 33ª DP (Realengo) e as investigações estão em andamento para esclarecer o crime.”
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