Justiça
Família presta homenagem a adolescente assassinado por amigos
Cauã foi brutalmente espancado por amigos por causa de celular
“Ele ia completar 18 anos no dia 5 de outubro. Estava animado, planejando uma festa e agora o meu filho não vai chegar nem até a maioridade por causa desses monstros”. A fala emocionada é de Vanessa Neres, mãe de Cauã Neres das Chagas, de 17 anos, que foi brutalmente assassinado por cinco amigos, no último fim de semana. Familiares do adolescente se reuniram, nesta manhã de sexta-feira (15), na frente da casa em que a vítima morava com os avós no Beco Camarão, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, em uma carreata. Entre os veículos no ato, estava o carro da funerária que levava o corpo do jovem até o sepultamento.
Entre a noite de sábado (9) e a madrugada de domingo (10), Cauã saiu com cinco amigos de um bar para ir até outro. Um dos jovens, que dirigia o veículo, não conseguiu localizar o celular e Cauã teria se oferecido para retornar ao carro e procurar. Depois de encontrar o telefone, os cinco acusados teriam resolvido dar uma 'lição' em Cauã, acreditando que ele havia 'furtado' o celular, já que ele o achou.
Os cincos jovens, então, teriam iniciado uma sessão de espancamento e estrangulamento. Depois disso, o corpo do adolescente foi jogado em um rio amarrado a pedras para que afundasse. O caso foi registrado na 36ª DP (Santa Cruz) e os acusados confessaram o crime. A Justiça do Rio já decretou a prisão temporária dos suspeitos de envolvimento no caso.
A mãe de Cauã, a manicure Vanessa Neres, de 39 anos, contou que soube do crime depois que os próprios envolvidos falaram com ela. Antes disso, a mãe contou que estava buscando o filho por dias em unidades do Instituto Médico Legal (IML) e hospitais, por exemplo.
“Fui domingo à noite na casa de dois dos que estavam com ele, um daqueles monstros ainda beijou minha testa e falou para mim que ia procurar saber sobre o Cauã. Quando eu falei com esse outro monstro no telefone, meu coração de mãe não me enganou, que tinha alguma coisa errada. Eles tiraram a vida do meu filho, mas eu lutei, lutei até o fim para saber o que tinha ocorrido com a vida do meu filho. É muito triste! Eu queria trazer meu filho vivo, eu lutei para trazer ele vivo, mas pelo menos eu vou enterrar meu filho e não vou ficar esperando ele entrar pela porta”, disse a mãe.
Durante a carreata, cerca de 150 pessoas se reuniram para prestar essa última homenagem a Cauã. Carros, motos e até um ônibus alugado pela família seguiram da casa do adolescente até o cemitério do município, onde o jovem foi enterrado por volta das 13h. Mesmo com os acusados presos, a mãe pede por justiça.
“Eu espero que eles morram na cadeia, que passem o máximo possível de tempo lá, porque eles fizeram meu filho sofrer demais. Eu sei que meu filho sofreu e eu tô perguntando a Deus por que Ele deixou fazerem isso com meu filho. Eles vão pagar! Meu filho só entrou no carro deles por ser um menino sem maldade e que falaram que iam trazer ele para casa, mas mataram meu filho”, contou Vanessa que tem mais duas filhas, uma de 15 anos e outra de 5.
A avó de Cauã, dona Maria Lúcia Neres, de 63 anos, que o criou junto com o avô, contou que o menino não era muito de sair de casa. Ele só começou a sair à noite com os amigos por volta dos 15 anos. “Ele deve ter me chamado muito, 'vó, me ajuda' e a gente não estava lá, nem tinha dimensão do que ele estava passando para socorrer meu filho. Meu único neto homem. Ele quis ficar quando a minha filha se mudou. O Cauã foi criado na igreja, um menino bom, com coração grande e fizeram essa covardia”, finalizou ela, emocionada.
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