Desespero
Família de músico preso em SG alega inocência e pede justiça
Leonardo foi acusado de roubo e homicídio
Familiares de Leonardo Antônio da Conceição Albertino, de 21 anos, realizaram um ato em frente ao Fórum do Colubandê, em São Gonçalo, na manhã desta segunda-feira (18), pedindo por justiça. Eles alegam que o rapaz foi preso, após acusação de roubo e homicídio, por engano.
Leonardo foi preso no dia 4 deste mês, após reconhecimento fotográfico, conforme relatos. Desde então, a família diz que vem tentando provar a inocência do músico, alegando que se trata de um rapaz de igreja, trabalhador e que nunca se envolveu em nenhum dos crimes no qual é acusado.
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“Ele foi preso no dia 4 dezembro. Ele ia ficar preso, inicialmente, de 8 a 15 dias em custódia em Benfica. Dali, ele foi transferido para o de Bangú. Ele está sendo acusado de homicídio, associação por tráfico e roubo de carro. Ele não sabe dirigir, não tem CNH e no dia do crime era dia do aniversário dele, ele folgou, temos foto com ele num café da manhã e o resto do dia ele passou dormindo. No dia do homicídio, ele estava trabalhando, ele ‘abriu e fechou’ o caixa e temos provas. Ele trabalhava numa farmácia na Trindade, em São Gonçalo”, relata Nádia da Conceição, de 42 anos, mãe de Leonardo.
A família não conseguiu contato com Léo desde que ele foi preso
Léo é o filho mais velho de Nádia, que trabalha em uma pensão. Além dele, ela tem um outro menino de 11 anos, que é agarrado com o irmão. Os crimes pelos quais ele é acusado ocorreram em 2022.
A família mora no bairro Itaúna. Nádia aponta ainda que não havia nenhuma notificação de que Léo era procurado pela polícia. O rapaz foi preso enquanto trabalhava em uma loja de montagem de bike. Durante o ato desta manhã, amigos e familiares pediram justiça, reafirmando, mais uma vez, a inocência dele.
Estamos aqui para que a juíza veja que o Léo não está sozinho e que está havendo uma injustiça com ele. Além de nós que somos pais, estão aqui amigos da igreja, ciclistas. Ele é muito querido, não tem antecedentes
"Nosso advogado está lá dentro pedindo a soltura do Léo, com as provas que tem a favor dele, e estamos aqui para dar apoio. Nunca fiquei tanto tempo sem o Léo, a única vez eu fiquei 10 dias porque eu estava tendo o irmão dele”, afirmou Nádia.
A família não conseguiu contato com Léo desde que ele foi preso. Eles alegam ainda que Leonardo não conseguiu nem ligar para casa. Leandro dos Santos Albertino, pai do músico, explicou que o filho foi reconhecido por foto na delegacia.
“Ele foi reconhecido pela foto da identidade dele, do Detran. Ele não tem antecedentes criminais, é réu primário, nunca nem entrou na delegacia”, afirmou o pedreiro de 44 anos.
Na época do crime, Léo trabalhava em farmácia. Recentemente, ele trabalhava como mecânico de bicicleta em uma loja de montagens em São Gonçalo. Ele também atuava como baterista na igreja.
Erro
A família levanta a possibilidade de confusão com o irmão dele por parte de pai, Marcos Antônio, que morreu em junho de 2021, e que tinha histórico criminal. Reconhecimento errado, por meio de uma foto do Detran, também é considerado.
“O irmão mais velho do Léo, por parte de pai, usava o vulgo Sabiá, mas esse irmão morreu em 2021. Achamos que eles podem estar confundindo pelo nome parecido, porque fisicamente eles não se parecem. Enquanto Léo é Leonardo Antônio, o irmão era Marco Antônio”, especula Nádia.
As datas dos acontecimentos também conflitam, já que em junho do ano passado, data do crime de homicídio, Sabiá já havia sido morto, conforme a família.
O caso vem sendo acompanhado pela Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Cor, Etnia, Religião e Procedência Nacional da ALERJ. Procurado, o TJRJ disse que uma audiência de custódia manteve a prisão de Leonardo. Eles acrescentaram que o processo agora será distribuído para uma vara criminal.
Ajuda
No próximo sábado (23), a família irá organizar na Primeira Igreja Batista em Recanto das Acácias, em São Gonçalo, um almoço para arrecadar dinheiro para pagar o advogado do rapaz e alguns outros custos.
O almoço terá duas opções de prato: sendo filé de frango ou calabresa acebolada. Em uma rifa que acabou em 24 horas, a família arrecadou R$ 500 para os mesmos custos. A igreja em questão fica na Rua José Maria Martins Rubira.
O que diz a polícia?
A Polícia Civil informou que a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) cumpriu o mandado de prisão, decretado pela Justiça.
"A representação pela prisão foi feita com base em investigação da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) e encaminhada ao Ministério Público, que ofereceu denúncia aceita pelo Poder Judiciário. O processo criminal seguiu o trâmite previsto em lei, sendo submetido aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa. A instituição ressalta que não utiliza, de forma exclusiva, o reconhecimento indireto por fotografia como única prova em inquéritos policiais para pedir a prisão de suspeitos. O método, que é aceito por lei, é um instrumento importante para o início de uma investigação, mas deve ser corroborado por outras provas técnicas e testemunhais", diz a nota.
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