Mais de 250 tiros
Família de músico morto no Rio vai receber indenização milionária
Evaldo dos Santos morreu em 2019 durante operação do Exército
A Advocacia-Geral da União (AGU) firmou um acordo nesta sexta-feira (22 ) com os familiares do músico Evaldo Rosa dos Santos, morto em 2019 durante uma operação do Exército Brasileiro. O acordo prevê uma indenização de R$ 2 milhões da União para o filho, a viúva, o pai e os irmãos do artista.
Além da indenização, a viúva e o filho de Evaldo também receberão uma pensão mensal no valor de um salário-mínimo e meio para cada um, buscando proporcionar alguma estabilidade financeira à família que sofreu com essa tragédia.
Este acordo, homologado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro no âmbito da ação movida pela família, marca o encerramento de todos os processos judiciais relacionados a este episódio de forma consensual.
Em abril deste ano, a AGU já havia celebrado um acordo com a família de Luciano Macedo, e em agosto, com as testemunhas sobreviventes Sérgio Gonçalves de Araújo e Michele da Silva Leite Neves, que estavam no veículo com Evaldo.
A Advogada da União Débora Lerner, coordenadora-regional de Negociação da União da 2ª Região, destacou que esse acordo representa um importante passo em direção à justiça e à consolidação dos valores democráticos e dos direitos humanos. Ela reafirmou o compromisso da AGU em agir de maneira eficiente e responsável na defesa do interesse público e na garantia dos direitos dos cidadãos.
Relembre o caso
O caso ocorreu em Guadalupe, quando militares abriram fogo contra o carro onde a família de Evaldo estava, resultando na morte de Evaldo e do catador de latinhas Luciano Macedo, que tentava prestar socorro. Inicialmente, o caso ficou conhecido pelos 80 tiros, mas posteriormente foi confirmado que foram disparados 257 tiros, dos quais 62 atingiram o veículo do músico.
O veículo transportava cinco pessoas, incluindo Evaldo, sua esposa, filho de 7 anos, sogro e outra mulher, todos a caminho de um chá de bebê. Oito militares do Exército foram condenados em 2021 pela morte de Evaldo e Luciano, mas permanecem em liberdade enquanto esgotam os recursos legais. Eles alegaram legítima defesa, uma versão fortemente contestada pela defesa e pelas evidências apresentadas.
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