Polícia
Família de militar morto por guarda municipal no Rio clama por justiça
"Ele roubou os nossos sonhos". O relato emocionado é da jovem Juliana de Lira, noiva do 3° sargento do Exército, Lucas Ferreira de Souza, de 25 anos, que foi a quarta vítima morta após um guarda municipal atirar contra os próprios amigos no último dia 12, em Vigário Geral, na Zona Norte do Rio.
Familiares do militar, que era paraquedista e servia no 26º Batalhão de Infantaria, usaram as redes sociais nesta quinta-feira (22) para clamar por justiça e pedir que o autor dos crimes seja indiciado por homicídio doloso.
Dois jovens cheios de planos e ansiosos por um pedido de casamento que deveria acontecer no próximo dia 28 tiveram os sonhos interrompidos. A noiva da vítima, que é estudante de odontologia, compartilhou nas redes sociais a dor que toda família sente com a perda do jovem.
No relato emocionado ela se refere ao autor como 'monstro' e diz que ele roubou parte da sua vida.
"Ele foi matar seus amigos de infância a sangue-frio e em meio a pedidos de socorro meu noivo, que estava jantando, desceu para tentar ajudar. Infelizmente. Fabio atirou duas vezes contra meu noivo, cheguei a socorrê-lo, inclusive atirou contra o nosso carro e também chegou a me ameaçar. Foram dois dias de muita aflição pedindo a Deus pela vida do meu noivo, porém o amor da minha vida não resistiu! Hoje eu imploro por justiça para Lucas Ferreira, pois seria a única coisa que poderia trazer a paz para o meu coração e de todos que amam o Lucas: que Fábio Bocão seja julgado e condenado por homicídio doloso".
Juliana de Lira, noiva de Lucas Ferreira
No perfil pessoal do casal há fotos de diversos momentos juntos e que, segundo Juliana, ficarão eternizados para sempre.
Para homenegear o noivo, a jovem fez duas tatuagens: uma de um boneco com uma paraqueda de flores e a outra com a frase "Parte de mim entende a sua partida, outra parte morre de saudades".
O caso foi registrado na Delegacia de Homicídios da Capital. Logo após o crime, a polícia chegou a divulgar que o autor iria responder por homicídio triplamente qualificado. Procurada, a Polícia Civil não respondeu se foi enviado à Justiça a instauração de um Requerimento de Incidente de Sanidade Mental do autor, como havia dito anteriormente.
O acusado ainda se encontra internado no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, na Zona Norte do Rio. De acordo com a unidade, o estado de saúde dele é considerado estável.
Os pacientes Antônio Pereira de Souza e Wilson Lima Fraga, ambos feridos no ataque, foram transferidos para unidades particulares a pedido da família.
Relembre o caso
Quatro pessoas foram mortas e três baleadas por um guarda municipal de folga, em um bar, no bairro Vigário Geral, Zona Norte do Rio. O caso aconteceu no fim da noite do último dia 12. O atirador, que é guarda municipal e estava de folga, acabou baleado pela Polícia Militar. Com ele, a polícia apreendeu uma pistola calibre 380.
A Guarda Municipal do Rio informou que "já foi aberto processo disciplinar para apurar a conduta do agente. A corporação também vai colaborar com as investigações policiais".
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