Investigação
Ex-jogador é acusado de lavar dinheiro com bicheiro carioca
Emerson Sheik teria recebido por fora em transação imobiliária
Uma quebra de sigilos bancários em investigação do Ministério Público do Estado do Rio revelou que o ex-jogador Emerson Sheik ajudou o chefe do jogo do bicho Bernardo Bello a lavar dinheiro. A denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, acolhida pela Justiça, afirma que o ex-jogador é acusado de fazer permuta de uma cobertura sua por uma casa de Bello na Barra da Tijuca, recebendo dinheiro por fora.
Emerson Sheik, que se chama na verdade Márcio Passos de Albuquerque, é um dos nove denunciados por fazer parte de uma organização criminosa encabeçada por Bernardo Bello. O bicheiro foi alvo da operação Banca da Vila, deflagrada nesta sexta-feira (10), com o objetivo de cumprir um mandado de prisão contra Bello e mais nove mandados de busca e apreensão. Todos são acusados de crimes de lavagem de dinheiro — oriundo, principalmente, do jogo do bicho e da exploração de máquinas caça-níqueis, envolvendo até a Escola de Samba Vila Isabel, da qual Bernardo Bello já foi presidente.
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As investigações tiveram início em 2020, a partir do cumprimento de mandados de busca e apreensão expedidos pelo 1º Tribunal do Júri da Comarca da Capital, em inquérito policial instaurado para apurar crime de homicídio tentado praticado contra Shanna Harrouche Garcia.
De acordo com a denúncia, na época dos fatos, ao chegar à casa do denunciado Bernardo Bello, a equipe do MP se deparou com uma residência extremamente luxuosa, absolutamente incompatível com a renda por ele declarada, razão pela qual foi instaurado procedimento investigatório criminal (PIC) objetivando apurar eventuais crimes de lavagem de dinheiro cometidos por ele e demais pessoas posteriormente identificadas.
Segundo a denúncia, a referida organização criminosa tem a finalidade de perpetrar o domínio da contravenção do jogo do bicho e a exploração de máquinas caça-níquel no Estado, além de todos os violentos e graves delitos daí decorrentes, como o extermínio de inimigos e opositores e a corrupção de policiais para garantir a perpetuação das infrações. Obviamente, diante da imensurável quantia movimentada pela organização, a lavagem do proveito dos ilícitos é consequência lógica do atuar criminoso.
A Justiça deferiu também a apreensão e bloqueio de bens dos denunciados. Bernardo Bello já havia sido denunciado pelo Gaeco em 2022 nas Operações Tu Quoque e Fim da Linha.
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