Histórico
Ex-Fazenda acusado de espancar o filho também batia na mãe
Casa em que Lucas morava com os dois possuía marcas de sangue
José Lucas Dias Barreto, de 34 anos, preso por suspeita de torturar o filho de 5 anos, também agredia a própria mãe. Em depoimento à 72°DP (Mutuá), em São Gonçalo, a mulher disse que o filho fazia tratamento psiquiátrico, contudo abandonou em um dos momentos de crise.
A mulher negou, porém, aos policias que era agredida, mesmo estando com hematomas evidentes, conforme consta no inquérito. Quando preso, a caminho da delegacia, Lucas chegou a afirmar aos agentes que agredia a mãe. Outro detalhe é que ele alegava bater no filho porque ele "tinha um diabo no corpo", e as agressões seriam para "tirá-lo".
Ele foi preso nesta segunda-feira (23) pelas agressões ao filho, que ocorreram no bairro Nova Cidade, em São Gonçalo. Ainda segundo os investigadores, José Lucas possui diversas anotações criminais por lesão corporal, constrangimento ilegal e ameaça contra adultos.
Os investigadores notaram, na porta da residência de Lucas, no qual morava junto com a mãe e o filho, marcas de sangue. Vizinhos próximos da residência relataram à polícia que ouviram muitos barulhos de gritos de mulher e criança vindo de dentro da casa.
As investigações apontam, ainda, que José Lucas tinha dois cachorros, também com comportamento agressivo. Os cães costumavam ficar soltos na rua, impedindo que as pessoas saíssem de casa. Quando reclamavam sobre a situação, José Lucas ameaça.
O acusado foi encaminhado para Benfica, onde deu entrada no sistema penitenciário. Segundo o delegado, ele foi indiciado por tortura, e o Ministério Público Estadual solicitou a prisão temporária por 30 dias enquanto as investigações estão em andamento.
Guarda
A mãe da criança também prestou depoimento na delegacia a respeito do caso. Segundo o delegado Márcio Esteves, ela alegou que o acusado não seria o pai biológico da criança, e que registrou o menino contra sua vontade. Além disso, de acordo com o delegado, a mulher perdeu a guarda da criança.
"Esta criança tem um histórico complicado. Existe um processo na Vara de Família da Região dos Lagos, em que a mãe perdeu a guarda. Ela ganhou, recentemente, o direito de entrar em contato com a criança por chamada de vídeo durante 20 minutos três vezes na semana", disse o delegado.
Procurado pelo ENFOCO para saber os motivos que levaram a mulher a perder a guarda e se, durante o processo, foi exigido um laudo psiquiátrico do acusado, o Tribunal de Justiça do Rio informou que o caso corre em segredo pois envolve um menor de idade.
A equipe de reportagem também procurou a defesa de José Lucas Dias Barreto, mas não conseguiu localizá-la.
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