Estudantes sofrem preconceito em loja de shopping em SG

Um grupo de estudantes de Cabo Frio passou por um constrangimento em uma loja no Shopping São Gonçalo, às margens da BR-101, na última quinta-feira (13). Na ocasião, uma funcionária das Lojas Americanas teria pedido para que eles se retirassem do estabelecimento.

Tudo começou quando o grupo de alunos, com idades variando entre 15 e 16 anos, saiu da escola, o CIEP 193 - Wilson Mendes, na Região dos Lagos, para um passeio no planetário na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro. 

De acordo com relatos de uma funcionária do colégio ao ENFOCO, quando os alunos voltavam do passeio, as responsáveis decidiram parar no Shopping São Gonçalo para um lanche. Uma vez dentro do shopping, os alunos, acompanhados pelos responsáveis da escola,  foram às Lojas Americanas, mas acabaram sendo surpreendidos com o pedido de uma funcionária do para que deixassem a loja.

Uma testemunha do ocorrido, que preferiu não ser identificada, contou ao ENFOCO que eles foram acusados de furto quando estavam lá dentro.

Os alunos entraram e uma funcionária disse que eles teriam que sair. Outra funcionária disse que os alunos eram ladrões

Vídeos

Algumas imagens circulam nas redes sociais e mostram a confusão que aconteceu na loja. Uma adolescente aparece denunciando uma funcionária.

''Ela disse 'Vocês vão comprar alguma coisa? Se não forem comprar nada, vão embora. Vocês não sabem o que é trabalhar 8h por dia'. Ela chegou humilhando todo mundo'', garantiu.

Um homem, que se identifica como gerente da loja, diz que vai apurar os fatos. Ele também explica que a funcionária que está sendo acusada tem uma deficiência, sem explicar qual é, e que isso pode ter causado o problema.

Por fim, um vídeo mostra um adolescente negro que afirma ter sido chamado chamado de preto por uma funcionária. Algumas responsáveis pelos alunos naquele momento aparecem fazendo ponderações com o homem que se diz gerente do estabelecimento.

Procurada, a Secretaria Estadual de Educação informou que já tomou conhecimento do ocorrido e que no dia seguinte, os responsáveis dos alunos envolvidos foram convocados pela direção da escola e informados sobre todos os acontecimentos e providências tomadas.  

A Seeduc-Rj também informou que a unidade escola registrou uma ocorrência contra a loja. Entretanto, a pasta do governo e a Polícia Civil não informaram qual delegacia é responsável pela investigação.

Além disso, a Seeduc-RJ ressalta que 'não compactua com qualquer tipo de desvio de conduta e/ou qualquer tipo de discriminação ou preconceito contra qualquer pessoa'.

Procurada, as Lojas Americanas informou que, imediatamente após tomar conhecimento do evento em sua loja do São Gonçalo Shopping, acionou seu protocolo de apuração, que constatou que os menores foram alertados por sua funcionária, portadora de disfasia e afasia, para cessarem a desarrumação das gôndolas. Segundo a empresa, a condição da mulher a obriga a aumentar seu tom de voz para se fazer entender. Os representantes da loja explicaram  ainda que o incidente às professoras e aos adolescentes que, conforme registro de imagens de câmeras, não foram retirados da loja. A Americanas finaliza dizendo que valoriza a diversidade e repudia quaisquer atos racistas ou formas de discriminação.