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    Crime

    Estudante acusa mulher de racismo em mercado de Niterói

    Situação ocorreu na véspera do aniversário de Victor

    Publicado 20/09/2022 às 12:23 | Atualizado em 20/09/2022 às 13:21 | Autor: Ezequiel Manhães
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    Victor Gomes fez o boletim de ocorrência online
    Victor Gomes fez o boletim de ocorrência online |  Foto: Reprodução

    O estudante de odontologia Victor Gomes, de 21 anos, alega ter sofrido racismo por uma cliente dentro de um supermercado em Itaipu, na Região Oceânica de Niterói, nesta segunda-feira (19).

    O jovem, que é negro, fez o triste relato em rede social, na véspera do aniversário. Na ocasião, segundo Victor, dentre outras ofensas - a mulher branca teria dito a ele que "o povo brasileiro é só branco".

    "A senhora passou e começou a falar comigo afirmando que eu era africano, nigeriano, que eu dessa cor não poderia ser brasileiro. Eu me senti um nada. Não pedi a opinião dela de nada", contou a vítima ao ENFOCO.

    O ataque contra o rapaz ocorreu por volta de 11h30. Ele disse que foi ao mercado só para comprar um produto que usaria na faculdade, quando foi surpreendido pela mulher.

    "Não é um mercado que eu vou de costume. Eu estava lá procurando fubá, porque faço odontologia e iria comprar o material para fazer raspagem e etc. Quando a funcionária foi buscar para mim, já que eu não estava encontrando, essa senhora passou e começou a falar isso", explica.

      

    Em vídeo compartilhado no Instagram, a vítima exibiu a imagem da acusada. Na gravação, ele pedia para que a mulher saísse do local.

    Ainda nervoso com a situação, Victor chorou ao contar o caso aos seguidores. Ele registrou o boletim de ocorrência online. A Polícia Civil, procurada pela reportagem, ainda não deu detalhes da investigação.

    "Eu expliquei todo o contexto da história para ela, da chegada dos portugueses, dos escravos. Falei que uma região que não tem muita miscigenação é na Europa, ela olhou para mim de cima abaixo. E quando eu disse da Europa, ela disse que era o caso dela. Eu estava transtornado e perguntei se ela poderia ir embora, quando ela olhou pra mim e perguntou se eu estava incomodado, e eu falei que ela estava sendo racista", desabafou.

    O Supermercado Maravista afirmou ter tomado ciência do caso e encaminhado para o setor jurídico. Em nota, disse que repudia qualquer tipo de discriminação, seja por raça, gênero, orientação religiosa e origem étnica. Também pontua que treina os funcionários para mediar as situações de conflito entre os clientes.

    "O supermercado é um lugar de todos e para todos os públicos, sua gestão trabalha diariamente no incentivo à boas práticas e bons costumes. Reforçamos que o ocorrido não teve a participação de nenhum funcionário da empresa. Destacamos, por fim, que estamos de braços abertos para todos os clientes, buscando receber a todos da melhor maneira possível. Contudo, atitudes racistas e discriminatórias não são bem vindas e devem ser punidas nos termos legais", esclareceu.

    Victor disse que o apoio da família foi fundamental após o caso.

    "Tudo isso ocorreu na véspera do meu aniversário. Não tem como eu não me exaltar, levantei a voz e mandei ela ir embora. A única coisa que eu queria era sair de lá. Eu não costumo passar por isso, mas a gente é fadado a passar por isso. Os meus pais e meu irmão me deram apoio. A minha mãe sempre me ensinou a ser forte, a me levantar, a ter voz", finalizou Victor.

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