Polícia
Estado compara mortes de PMs com baixas de guerras mundiais
Em 25 anos 3.508 policiais militares morreram de causas não naturais e 15.881 ficaram feridos em confrontos; um total de 110 mil homens e mulheres serviram a corporação durante esse tempo, uma taxa maior que nas grandes guerras mundiais, segundo o presidente de análise de vitimização da polícia militar, coronel Cajueiro. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (04) durante audiência pública da Frente Parlamentar em Defesa dos Agentes da Segurança Pública, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
“A taxa de mortos nesse período foi de 3,19% e a de feridos de 14,44%. Na Primeira Guerra mundial, por exemplo, houve uma taxa de mortos de 2,46%, e na Segunda Grande Guerra registrou-se o percentual de 2,52% de mortos. Infelizmente é mais perigoso ser policial militar no Rio de Janeiro”, comparou o coronel. Ele ainda acrescentou que de três a quatro policiais militares se afastam por dia por causa de problemas psiquiátricos.
No entanto, Cajueiro afirmou que houve uma redução no número de mortes de agentes da PM até o mês de setembro deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. “Em 2019 o registro é de 39 mortos, enquanto em 2018 um total de 70 policiais foram a óbito”, concluiu o coronel.
O presidente da Frente Parlamentar, o deputado Renato Zaca (PSL), afirmou que pretende trabalhar ainda mais para amenizar a situação dos agentes reformados por invalidez. “É inadmissível a situação que esses policiais estão passando, eles estão abatidos e precisando de ajuda. Uma das prioridades é tentar fazer com que o tempo dessa reforma diminua, e quero me reunir com o secretário de estado da PM para mudar o estatuto e diminuir o tempo de quem foi vitimado em trabalho”, disse o parlamentar se referindo a todos os problemas relatados em especial à demora para o agente inválido conseguir a aposentadoria, que pode chegar a três anos.
A secretária estadual de Vitimização e Amparo à Pessoa com Deficiência, Major Fabiana (PSL), afirmou que precisa da ajuda de associações para poder melhorar o trabalho do órgão. “A secretaria começou a funcionar há 27 dias. Faço um apelo a associações de viúvas, feridos em combate e representantes da classe militar para que nos abasteçam de informações. A tropa está doente psicologicamente e precisamos mover algumas engrenagens para evitar suicídios pela fragilidade de condução de policial militar”, ressaltou a secretária.
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