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    É golpe!

    Empresa de Niterói dá prejuízo para viajantes de todo o país

    Estima-se que o montante seja de mais de R$ 100 mil

    Publicado 07/06/2024 às 7:09 | Autor: Tiago Souza e Gabriel Villa Nova
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    Endereço registrado da empresa em Icaraí, Niterói, é residencial
    Endereço registrado da empresa em Icaraí, Niterói, é residencial |  Foto: Péricles Cutrim

    Viajar virou sinônimo de dor de cabeça para dezenas de famílias, em diferentes estados do Brasil, que denunciam ter sido vítimas de um golpe da empresa de turismo Rafa Atacama, com sede em Icaraí, na Zona Sul de Niterói, na Região Metropolitana do Rio.

    Segundo os clientes, o dono da empresa desapareceu com o dinheiro. Estima-se que o prejuízo seja de mais de R$ 100 mil. Os passeios foram fechados pela internet, com detalhes acertados via aplicativo de mensagens Whatsapp. O caso é investigado pela polícia.

    Artistas já teriam feito viagens com o guia turístico, diz uma vítima

    Uma fotógrafa, moradora do interior de São Paulo, junto com o marido, descobriu recentemente que estava em um grupo com cerca de 90 vítimas.

    O casal revela ao ENFOCO que tinha uma viagem marcada para a Bolívia, no final de outubro deste ano. Foi desembolsado uma quantia de R$ 5,5 mil.

    “Conhecemos a empresa através de indicação de um casal de amigos, que viajou com o guia, por isso, investimos R$ 5,5 mil para poder viajar também. Depois recebemos a informação de que em outra viagem, nossos amigos haviam caído no golpe, pois o Rafa sumiu, simplesmente desapareceu. Depois disso, notamos que o site e a página no Instagram já não existiam mais, assim como o número de contato vinculado ao WhatsApp da empresa,” lamentou a mulher.

    Além da indicação dos amigos, a boa conduta inicial do guia também motivou a contratação do serviço.

    “Ele era uma pessoa que desde sempre teve boa conduta. Ele era recomendado por várias pessoas, inclusive artistas já viajaram com ele", disse a vítima.

    Golpe em série

    Uma outra viajante, que não quis ter sua identidade revelada, afirmou que sofreu o mesmo golpe com a empresa de turismo, tendo um prejuízo de R$ 2 mil. Segundo a vítima, ela conheceu a empresa através de uma propaganda na rede social Instagram.

    Após pesquisas, ela acreditou que seria confiável, considerando os relatos de viajantes e fotos de passeios no perfil da empresa. A vítima relatou, ainda, que entrou em contato com o responsável.

    Na ocasião, segundo ela, o guia turístico foi solícito, mas após fechar os pacotes de passeios para o Atacama, ele sumiu e não retornou mais o contato.

    "Resolvi fechar com ele, efetuei o pagamento em fevereiro. No mês seguinte, ele me mandou todas as informações necessárias do passeio, estava tudo certo. No final de abril, ele me mandou uma mensagem explicando que precisaria de um valor a mais para a entrada dos passeios. Assim que cheguei no Chile, fui mandar mensagem para ele peguntando o horário do passeio, que seria no dia seguinte, e quando me dei conta, ele estava sem foto do WhatsApp e a mensagem não estava chegando mais para ele. Tentei contato pelo Instagram também, mas não achava mais o perfil. Fiquei desesperada e tentei procurar uma agência física deles no Atacama, mas não existe", contou.

    Quase 100 vítimas

    Após descobrir o golpe, a fotógrafa de São Paulo encontrou outras vítimas espalhadas por diferentes regiões do país. Foi criado um grupo no aplicativo WhatsApp que, até a última terça-feira (4), somava 94 pessoas lesadas.

    Segundo as vítimas, o dono da empresa enviava áudios para convencer os clientes de que estava tudo certo, embora nunca tivessem conversado pessoalmente com ele.

    Em sites de avaliações, há diversos registros de reclamações contra a empresa. Só no site Reclame Aqui, existem quatro páginas com diferentes queixas.

    Fachada

    O ENFOCO esteve na Rua Nóbrega, em Icaraí, Niterói, onde está registrado o CNPJ da empresa que tem um capital de R$ 10 mil. Foi descoberto, no entanto, que o endereço é residencial e os proprietários se mudaram do imóvel.

    “Não tem mais inquilinos no imóvel, eles se mudaram há dois meses”, disse um morador que preferiu não se identificar.

    A reportagem também tentou contato pelo telefone de Rafa, mas sem sucesso.

    As famílias afetadas estão buscando medidas legais para recuperar o dinheiro perdido e alertar outras pessoas sobre o golpe. Enquanto isso, o paradeiro do dono da Rafa Atacama permanece desconhecido, deixando os clientes em uma situação de incerteza e frustração.

    O que diz a polícia

    O caso é investigado como estelionato por meio de inquérito policial instaurado pelo 17° DP (Ipiranga), em São Paulo, que realiza diligências visando ao esclarecimento dos fatos.

    "Detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial", informou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, em nota ao ENFOCO.

    Procurada, a Polícia Civil do Rio de Janeiro ainda não deu parecer sobre as investigações em curso no Estado.

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