Polícia
‘Ele tentou me matar’: a súplica por justiça de jovem baleada em SG
“O meu único desejo é por justiça, que ele pague por todo o mal que me fez. Ele tentou me matar. Não foi nada acidental”. O relato é da jovem Nathalia, de 19 anos, que foi baleada e acusa um empresário de São Gonçalo de cometer uma tentativa de feminicídio, no último dia 11 de setembro, no bairro Parada 40, em São Gonçalo.
“Ele é comprometido e acabamos nos relacionando nesse meio tempo. Sabia que era uma coisa errada e já vinha tentando me afastar. Só que ele não aceitava isso e confessava ser ciumento e possessivo. Não esperava que isso fosse acabar dessa forma tão trágica. Por pouco ele não acabou com a minha vida”, disse a jovem.
A história de tristeza de Nathalia começou na madrugada do dia 11 quando a jovem foi para uma boate no bairro Mutondo, em São Gonçalo, após sair do trabalho no bairro Raul Veiga, na mesma cidade. O empresário teria feito inúmeros pedidos para que a jovem não frequentasse outros locais em que ele não estivesse por ciúmes.
Após chegar na casa de festas acompanhada de amigos, a vítima se deparou com o acusado em outro camarote acompanhado de um colega em comum. Poucos minutos após a sua chegada, a vítima relatou que o acusado fez diversos pedidos para que ela ficasse ao seu lado na festa, o que foi negado pela mesma por medo da companheira dele chegar ao local.
“Estávamos na casa de festa e ele começou a pedir diversas vezes para que eu ficasse com ele e eu neguei. Logo depois a companheira dele chegou e ficou um clima tenso, mas não deixei de aproveitar a minha noite. Na saída, houve uma leve confusão e eu fui para um ‘after’ [evento pós-boate]. O colega que estava com ele disse que iria sozinho para esse local na Parada 40 e eu enviei a minha localização”, contou Nathália.
O que ela não esperava era a presença do empresário, que foi, junto do colega em comum, para esse “after”. Segundo a vítima, o acusado chegou no local de forma agressiva e a acusou de ter “dado mole” para outros homens na boate e, em seguida, fez um disparo na direção da jovem, que foi baleada. Ela foi socorrida pelo acusado e pelo colega e levada para o Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), no Colubandê, e após disso a sua busca por justiça começou.
“No caminho, eu não lembro de muita coisa. Eu só sentia muita dor e pedia para que o hospital chegasse logo. Ele escolheu caminhos que não tinha a presença de polícia por medo e fui abandonada como um pedaço de carne no hospital. Desde então, fiquei internada e com muitas dores. Pensei que fosse morrer e só lembrava da minha mãe, que tinha falecido há menos de um mês”, finalizou a jovem.
Pouco menos de um mês após ser atingida, Nathália teve alta médica e prestou depoimento na sede da Delegacia de Neves (73ª DP), onde o caso foi registrado.
Segundo o delegado Leonardo Macharet, titular da distrital, o depoimento da vítima foi fundamental para a investigação e, nos próximos dias, outros envolvidos serão ouvidos com o objetivo de esclarecer o caso.
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