Operação
Delegado preso no Rio foi citado em conversas de contraventores
Um fuzil e celulares também foram apreendidos na casa de Allan
O delegado e ex-chefe da Polícia Civil, Allan Turnowski, preso na manhã desta sexta (9) na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, foi citado em conversas de contraventores do jogo do bicho.
A conclusão é do Ministério Público do Rio que apontou ainda envolvimento do delegado em um esquema em que recebia propina dos contraventores e que planejava a morte do bicheiro Rogério de Andrade, sobrinho de Castor. Os investigadores apreenderam um fuzil, celulares e documentos em sua residência.
Allan chegou com um forte esquema de segurança na sede da Secretaria de Estado de Polícia Civil no Centro do Rio. Foram expedidos 22 mandados de busca e apreensão e três de prisão. Entre os locais estavam a casa e o escritório do ex-chefe da Polícia Civil.
O delegado iria desembarcar do veículo na frente do prédio da secretaria, no centro do Rio, mas o carro foi levado para o interior da unidade.
A operação é um desdobramento da ação que prendeu em junho de 2021 o delegado Maurício Demétrio, que segue preso, acusado de corrupção dentro da Polícia Civil. Demétrio é investigado por suspeita de forjar operações para incriminar adversários e também teria participação na morte do contraventor Fernando Iggnácio, genro de Castor de Andrade, morto em novembro de 2020 em um heliponto no Recreio, Zona Oeste do Rio.
O ex-chefe será levado para o Instituto Médico Legal (IML) no Centro do Rio, onde fará exame de corpo de delito antes de ser levado para o presídio de Benfica.
A operação também cumpriu mandado de busca e apreensão contra o ex-diretor da Delegacia de Homicídios, delegado Antônio Ricardo. Os alvos irão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção e violação de sigilo funcional.
A defesa de Ricardo esclareceu, em nota, que "foi efetivamente cumprida e nenhum objeto ilícito foi encontrado, corroborando que não há nenhum envolvimento dele em atos criminosos vinculados com contraventores do jogo ilegal, nem com o investigado preso".
Os advogados disseram ainda que "a busca foi justificada por conta de diálogos travados com o investigado Maurício Demétrio em 2017 e foram interpretados de forma equivocada. Após 23 anos combatendo o crime, sem nenhuma mácula em sua vida profissional, a defesa esclarece que respeita o trabalho realizado, porém não condiz com a realidade. O fato será esclarecido e sua inocência será comprovada", diz a advogada Adriana Galucio.
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