Operação Ícarus
Criminoso que sequestrou helicóptero é preso em Niterói
Acusado estava escondido desde setembro do ano passado em SG
Um dos acusados de sequestrar um helicóptero e exigir que o piloto pousasse no Complexo Penitenciário de Bangu, em setembro de 2021, foi preso nesta quinta-feira (31), no bairro do Fonseca, Zona Norte de Niterói.
Segundo a Polícia Federal, os policiais estavam monitorando a movimentação do foragido e esperando que o homem deixasse a comunidade do Salgueiro, em São Gonçalo, para visitar a família. De acordo com a PF, ele foi preso enquanto estava no bairro do Fonseca, em Niterói, enquanto andava em um mototáxi. Não houve resistência e ele não estava armado.
A ação faz parte da Operação Ícarus e tinha como objetivo cumprir mandado de prisão preventiva, expedido pela 1ª Vara Especializada do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
O Crime
Dois bandidos contrataram um voo de ida e volta para Angra dos Reis, no valor de R$ 14 mil, e ordenaram que o piloto, o policial civil Adonis Lopes, sobrevoasse o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, com objetivo de resgatar sete prisioneiros.
Durante a viagem, os criminosos o renderam com uma arma. A vítima entrou em luta corporal com a dupla e começou a fazer manobras bruscas com o intuito de demonstrar que algo de errado estava acontecendo.
Após a luta e percebendo que não teria sucesso em chegar ao presídio, os criminosos ordenaram que o piloto sobrevoasse até Niterói, local de origem deles. Quando chegaram no município, eles pularam da aeronave e se esconderam em uma área de mata em uma comunidade da Zona Norte da cidade.
Em entrevista para a Rede Globo na época, o piloto contou que assim que levantou voo, os dois tripulantes anunciaram o sequestro e um deles estava armado com uma pistola. Na tentativa de evitar o pouso no presídio, conforme mandado pelos criminosos, a vítima levou a aeronave para o Batalhão de Bangu (14º BPM), que fica ao lado do complexo penitenciário.
Durante a entrevista, Adonis contou que os criminosos abriram uma bolsa e pegaram dois fuzis. Ele disse que teve 30 minutos para tomar uma decisão e pensar no que ia fazer.
"Eu consegui pensar na decisão que eu iria tomar quando chegasse o momento. Uma coisa é certa: para o presídio eu não iria de jeito nenhum. Eu pensava no que iria fazer para ter um resultado positivo. Eu conheço bem a área e em um momento decisivo eu resolvi que ia jogar o helicóptero ali no campo do batalhão", contou.
Adonis disse também que chegou a pensar que aquele fosse o último voo que faria.
"Já houve caso no Rio de Janeiro em que criminosos tentaram resgatar um bandido em um presídio no Centro e o helicóptero foi todo metralhado e infelizmente o piloto faleceu. Então muita coisa que passou pela minha cabeça. Quem viu as imagens e achou que eram manobras, na verdade era a hora que eu estava tentando desarmar um dos criminosos que chegou a pegar o controle da aeronave. Nesse momento eu pensei que a gente fosse colidir e comecei a avisar a eles. E foi então que eles desistiram e eu assumi o controle do voo. Eles ficaram confusos e atônitos, e em seguida me pediram para levá-los para Niterói. No percurso fui falando com eles que a gente ia morrer e que não iria dar certo. Cheguei a pensar que eles fossem me matar após o pouso do helicóptero", destacou o piloto que atua há mais de 30 anos na Polícia Civil.
Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!